Prestes a iniciar um terceiro mandato à frente do IPO de Lisboa, Francisco Ramos disse à agência Lusa que, há cinco anos, a instituição tinha um acelerador nuclear, insuficiente para as necessidades, e que a resposta passava por adquirir serviços externos.
Atualmente, este IPO conta com sete aceleradores nucleares e a fatura anual com a aquisição de serviços externos baixou de 12 milhões para dois milhões de euros.
Francisco Ramos garante que “a mais moderna tecnologia de diagnóstico que existe no país” está no IPO de Lisboa e dá como exemplo a inauguração, na terça-feira, de uma nova câmara-gama com tomografia computorizada, integrada para o Serviço de Medicina Nuclear.
O equipamento custou mais de 800 mil euros e faz parte da nova geração de câmaras-gama, equipamentos que melhoram a acuidade do diagnóstico. É a terceira que o IPO adquire.
Segundo Francisco Ramos, esta nova câmara-gama está incluída num conjunto de novos equipamentos que foi possível adquirir com apoio de fundos comunitários.
“Trata-se de um investimento de quase 10 milhões de euros que foi feito ao longo de 2017 e que falta apenas concretizar com o acelerador linear para a radioterapia e que se traduziu no reforço da radioterapia, da medicina nuclear, da radiologia, do parque endoscópico e ainda da área dos laboratórios”, explicou.
O administrador congratula-se por, “apesar das dificuldades que o país atravessou, ter sido possível, nos últimos cinco anos, fazer um investimento muito sério, quer em termos de reabilitação e modernização das instalações, mas também em equipamentos médico cirúrgicos”.
Depois de um atraso “angustiante”, as obras de ampliação do bloco operatório estão finalmente a arrancar.
“Já temos tudo o que é necessário para avançar com as obras”, disse, referindo-se às assinaturas em falta que, apesar da verba de cinco milhões de euros atribuída, impediam o seu avanço.
“Foi um processo longo, às vezes angustiantes. Espero que a nossa prenda de Natal seja um bloco operatório novo e com melhores condições para os nossos profissionais e doentes”, adiantou.
A realização destas obras faz prever “um ano difícil” em termos de capacidade interna.
“As obras vão ter impacto na capacidade de esticar a produção. O volume normal de cirurgias vai-se manter, mas vamos ter mais dificuldades para, em momentos de pico, poder acompanhar essa procura”, reconheceu.
O IPO vai manter cinco salas operatórias a funcionar, contando com o apoio de um bloco operatório do hospital de campanha do Exército, montado e já a funcionar no jardim do Instituto.
Difícil será melhorar os tempos de espera, tendo Francisco Ramos reconhecido que estes até deverão “piorar um pouco”. A perspetiva é de, dentro de um ano, melhor “e muito” essa capacidade.
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