
"Soubemos desde muito cedo, talvez quando ele tinha cinco ou seis anos, que seria padre. Eu não tinha nenhuma dúvida", contou Prevost, 73, sobre o irmão, em sua casa, no estado americano da Flórida.
"Quando éramos crianças, o Robert gostava muito de se mascarar de padre. Eu pensava: 'Que diabos, padre?' Ele comprava balas no formato de disco e fingia que eram hóstias, que dava aos nossos amigos no jardim", lembrou Louis, sorrindo. "Quando tinha seis anos, costumávamos brincar que seria papa. Ele não gostava."
Depois de sair o fumo branco da chaminé da Capela Sistina, Louis começou a ficar nervoso, por pressentir que o eleito tinha sido o seu irmão. Ligou a televisão e tentou acalmar-se, mas a espera pelo anúncio do novo papa parecia eterna.
Quando o cardeal protodiácono, Dominique Mamberti, pronunciou o nome do novo pontífice, Louis explodiu de alegria. "Estava sentado na cama, o que foi bom, porque provavelmente eu teria caído. Pensei: 'O meu irmão é o papa, não acredito.' A minha mente explodiu, foi uma loucura. Fiquei tão emocionado", descreveu.
"Fora de alcance"
Passada a euforia inicial, Louis começou a perguntar-se como o novo status do seu irmão mais novo poderia afetar a sua relação. "Isto pode ser mau para a família. Voltaremos a vê-lo? Voltaremos a falar com ele como irmãos? Ou terá que ser tudo oficial? 'Como está, Santo Padre, blá, blá, blá?' Gera muitas dúvidas."
"O Robert continua ali, mas está fora de alcance. Não podemos apenas pegar no telefone e ligar-lhe. Tem que ter um motivo especial", comentou Louis, que espera obter essas respostas com John, o seu outro irmão, que viajará de Chicago para Roma nas próximas horas com a esperança de ver Leão XIV.
Louis acredita que o papado do seu irmão será capaz de unir a Igreja Católica, atrair mais fiéis e tornar o mundo um lugar mais pacífico. "Quem sabe terá a capacidade de resolver conflitos como o da Faixa de Gaza ou o da Ucrânia? Eu já o vi fazer duas partes voltadas fazerem as pazes em cinco minutos", contou. "Ele tem o dom de comunicar com as pessoas e ajudá-las a abrir os olhos."
Louis também espera que o seu irmão seja capaz de reavivar a Igreja Católica no seu país, nos Estados Unidos. "Quando vier aos Estados Unidos, vai falar em inglês, não em espanhol ou italiano. E as pessoas vão entender. Vão vê-lo e perceber que o Papa Leão XIV é um de nós."
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