“A organização terrorista Hezbollah transformou o sul do Líbano numa zona de combate. Durante décadas, o Hezbollah armou casas de civis, cavou túneis por baixo delas e usou civis como escudos humanos”, lê-se num comunicado das FDI, enviado às redações.

“As FDI estão a operar para trazer segurança ao norte de Israel, a fim de permitir o regresso dos residentes às suas casas, bem como para alcançar todos os objetivos da guerra”, acrescenta-se no comunicado.

Os ataques começaram pouco depois de o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, começar a falar sobre os últimos acontecimentos que têm afetado o movimento pró-iraniano no conflito com Israel no sul do Líbano.

Na mesma altura, segundo a cadeia de televisão CNN International, vários jatos da Força Aérea israelita sobrevoaram a capital do Líbano, Beirute, quebrando a barreira do som.

Hoje de manhã, o exército israelita anunciou também ter bombardeado sete instalações do Hezbollah no sul do Líbano, um dia depois de explosões sem precedentes atribuídas a Israel terem visado aparelhos eletrónicos, incluindo de comunicação do movimento libanês pró-iraniano.

As explosões mataram mais de 30 pessoas e feriram cerca de 3.200 na terça e na quarta-feira, aumentando os receios de uma guerra em grande escala.

Israel não se pronunciou sobre os atentados, que ocorreram pouco depois de ter anunciado a extensão dos seus objetivos de guerra contra o Hamas palestiniano, apoiado pelo Hezbollah, à fronteira norte com o Líbano.

O objetivo é permitir o regresso dos israelitas deslocados ao norte do país, segundo o ministro da Defesa, Yoav Gallant.

Nos ataques noturnos divulgados hoje, o exército israelita disse ter visado seis infraestruturas do Hezbollah e um depósito de armas no sul do Líbano.

Na terça-feira, explosões simultâneas de ‘beepers’, um sistema de chamadas de pessoas (‘paging’) utilizado pelo movimento islamita, ocorreram em bastiões do Hezbollah nos subúrbios do sul, no leste e no sul do Líbano.

Doze pessoas morreram e cerca de 2.800 ficaram feridas, de acordo com o Ministério da Saúde libanês.

No dia seguinte, uma segunda vaga de explosões de ‘walkie-talkies’ matou 20 pessoas e feriu mais de 450, segundo a mesma fonte.

O Hezbollah lamentou hoje a morte de 20 dos seus membros nas “explosões de ‘walkie-talkies'”, segundo uma fonte próxima do movimento citada pela AFP.

As explosões dos últimos dois dias são o “maior golpe jamais desferido contra a formação pró-iraniana” por Israel, segundo uma fonte próxima do Hezbollah.

Os ‘beepers’ e ‘walkie-talkies’ dos membros do Hezbollah explodiram simultaneamente quando os respetivos utilizadores estavam em casa, a fazer compras ou a assistir a funerais.

Hezbollah acusa Israel de ultrapassar "todas as linhas vermelhas"

O líder do Hezbollah reconheceu hoje que o grupo recebeu “um golpe severo e sem precedentes”, e acusou Israel de ultrapassar “todas as linhas vermelhas” ao fazer explodir o equipamento de transmissão da milícia libanesa.

Num discurso transmitido em direto, Hassan Nasrallah afirmou que “o inimigo queria matar nada mais, nada menos do que 5.000 pessoas” ao fazer explodir os ‘beepers’ e ‘walkie-talkies’ dos membros do movimento pró-iraniano durante dois dias consecutivos.

Nasrallah aludia à explosão de milhares de aparelhos de transmissão usados pelo Hezbollah, na terça e na quarta-feira, de que resultaram 37 mortos e mais de 3.200 feridos.