O dia é marcado pela realização, ao final da manhã, de uma cerimónia fúnebre solene que irá decorrer num salão do centro de exposições de Génova, cidade portuária no noroeste de Itália.
Um dia depois da realização dos primeiros funerais privados, o serviço religioso de hoje será presidido pelos arcebispos de Génova e de Milão e contará com a presença das mais altas figuras do Estado italiano, incluindo o Presidente Sergio Mattarella.
Mas esta cerimónia oficial antevê-se potencialmente embaraçosa para as instituições italianas. Segundo o jornal italiano La Stampa, as famílias de pelo menos 17 das 38 pessoas que morreram na terça-feira afirmaram que preferem não ir à cerimónia fúnebre solene.
“Foi o Estado que provocou isto (…). O desfile dos políticos tem sido vergonhoso”, disse, em declarações ao jornal italiano Nunzia, a mãe de um jovem de Nápoles (sul de Itália) que morreu na terça-feira quando um troço de cerca de 100 metros da ponte Morandi ruiu.
Nesse dia, várias dezenas de veículos estavam em cima daquele viaduto rodoviário e os carros caíram de uma altura de 90 metros.
“O meu filho não se vai transformar num número na lista de mortos provocados pela falta de eficiência italiana”, escreveu nas redes sociais o pai de um outro jovem de Nápoles que também morreu no acidente.
“Não queremos uma cerimónia que seja uma farsa”, acrescentou o mesmo familiar.
No local do acidente, as equipas de resgate continuam à procura de vítimas nos escombros.
Na quinta-feira, o procurador da cidade italiana de Génova, Francesco Cozzi, admitiu que poderão existir 10 a 20 pessoas ainda soterradas nos escombros.
Também na quinta-feira, as autoridades locais esclareceram que o número de vítimas mortais identificadas são 38 e não 39 como tinha sido anteriormente anunciado.
O Governo de Itália já admitiu que será “inevitável” que o número de mortos aumente à medida que os trabalhos de resgate prosseguem no terreno.
Entre os 15 feridos contabilizados, 10 ainda permaneciam hospitalizados na sexta-feira, dos quais seis em estado grave.
O executivo italiano exigiu a demissão da direção da empresa Autostrade per l’Italia, filial da Atlantia e responsável pela gestão da ponte Morandi, bem como atribuiu parte da responsabilidade da tragédia às restrições orçamentais impostas pela União Europeia (UE).
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