Matteo Salvini, que é também vice-primeiro-ministro e líder do partido da Liga (de extrema-direita), pediu aos presidentes das câmaras municipais de todo o país para fazerem um relatório sobre os vários tipos de povos nómadas e ciganos presentes no território e entregar o documento no prazo de duas semanas, anunciou o ministério em comunicado.
“O objetivo é verificar a presença de campos ilegais para estabelecer um plano de expulsão”, explicou Salvini, sublinhando que a prioridade deve ser dada “às situações de ilegalidade e degradação que frequentemente se registam nesses acampamentos” e que “constituem um perigo para a ordem pública e a segurança”.
O censo, escreveu o ministro na ordem enviada aos autarcas, terá de ter informação sobre o tipo de “alojamento”, a densidade da população, as condições dos acampamentos (existência de água, redes elétricas e esgotos) e o número de menores.
Segundo explica, será elaborado “um plano de evacuação progressiva das áreas ilegalmente ocupadas” para “ultrapassar as situações de degradação e restaurar as condições de legalidade”.
Salvini afirmou em declarações recentes que “está na hora de os ciganos começarem a pagar pelos serviços”.
O ministro do Interior provocou uma polémica no ano passado quando propôs realizar um censo das pessoas de etnia cigana para expulsar aqueles que não nasceram no país, lamentando que “esses tivessem de ficar” em Itália.
Números avançados pelo ministro do Interior indicam a existência de 40.000 ciganos a viver em acampamentos em Itália, mas o Conselho da Europa estima que, entre as várias etnias de ciganos, o número esteja entre os 120 mil e os 180 mil.
Este valor representa, de acordo com o Conselho da Europa, uma das proporções mais baixas de ciganos relativamente à população total verificada nos países europeus.
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