A extradição para o cumprimento de prisão perpétua foi decidida a 24 de julho pelo Tribunal da Relação de Évora.
Maurizio Tramonte, de 65 anos, que se encontra em prisão preventiva em Portugal, foi condenado pela coautoria na ativação de um engenho explosivo na via pública, em Brescia, Itália, de que resultaram oito mortos e 102 feridos.
O homem, que era procurado pelas autoridades italianas para cumprir pena de prisão perpétua, foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) no dia 21 de junho, em Fátima, no distrito de Leiria.
Segundo um comunicado da Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica da PJ, Maurizio Tramonte foi condenado em definitivo pela justiça italiana, no dia 20 de junho, tendo a detenção em Portugal sido feita no âmbito de um mandado de detenção europeu.
A condenação surgiu 41 anos depois do ataque em Brescia, considerado um dos atos terroristas mais terríveis na Itália, juntamente com o perpetrado na Piazza Fontana em Milão em 1969, que matou 16 pessoas e um outro na estação de Bolonha em 1980, que provocou 85 mortes.
Dois dias depois de ter sido detido em Fátima, o homem foi presente ao Tribunal da Relação de Évora para interrogatório judicial e recusou regressar voluntariamente ao seu país.
Perante a recusa, o tribunal concedeu um prazo de 10 dias para o homem deduzir oposição, ficando a aguardar em prisão preventiva uma decisão sobre a entrega às autoridades italianas.
A mesma fonte judicial explicou hoje à Lusa que Maurizio Tramonte apresentou oposição ao pedido de extradição formulado pelo Estado italiano, o Ministério Público respondeu e, depois, o Tribunal da Relação ordenou a entrega do requerido às autoridades de Itália.
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