A imprensa italiana chama-lhe “O Rei dos Gazeteiros”. Por cá, esse é o nome do icónico filme de 1986 de John Hughes. Mas neste caso, não se trata de um adolescente com um complexo enredo para faltar às aulas. Antes, um funcionário hospitalar que esteve desde 2005 sem ir trabalhar, continuando a receber salários: concretamente, 538 mil euros em ordenados.
Segundo o britânico ‘Guardian’, o funcionário, agora com 67 anos, está a ser acusado de abuso de cargo, fraude e extorsão agravada. Há ainda seis gerentes também a ser investigados por suspeitas de terem ajudado o trabalhador a faltar.
Segundo a investigação, em 2005, o homem terá ameaçado a diretora do hospital de Catanzaro para a impedir de iniciar um processo disciplinar contra o seu absentismo. Quando a diretora se reformou, nem quem lhe sucedeu, nem o departamento de recursos humanos foi verificar a presença do funcionário, que assim foi passando incólume.
A polícia reuniu provas, numa investigação a que chamou “Part-Time”, através dos registos de assiduidade e de testemunhos dos colegas.
Este não é caso único em Itália. Em 2016, o governo apertou uma lei sobre o absentismo no setor público, depois de várias investigações policiais terem mostrado a gravidade da situação.
Num desses casos, as autoridades recorreram a câmaras de vigilância para apanhar 35 funcionários da autarquia de Sanremo, que andavam a enganar o ponto há pelo menos dois anos. Nalguns casos, eram as mulheres dos trabalhadores que picavam o ponto, noutros, os próprios iam marcar a hora e depois saíam para ir fazer canoagem, compras ou sair com os amigos.
Outro caso, também recordado pelo ‘Guardian’, é o de um polícia de trânsito que, aproveitando o facto de viver no mesmo prédio onde trabalhava, foi filmado a picar o ponto de roupa interior, antes de regressar à cama.
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