Regras estritas sobre penteados nas escolas no Japão atraíram críticas depois de um adolescente ter sido separado dos outros estudantes na cerimónia de graduação porque tinha tranças no seu cabelo para prestar homenagem às suas origens, uma vez que tem um pai afro-americano e uma mãe japonesa, conta o The Guardian.

O rapaz de 18 anos, que não foi identificado, foi obrigado a sentar-se sozinho no fundo da sala durante a cerimónia de graduação na sua escola em Himeji. Além disso, recebeu ordens para não se levantar nem responder quando o seu nome fosse chamado. Por isso, acabou por sair a meio da cerimónia e regressou mais tarde para receber o diploma — mas teve de esperar num sala vazia e um funcionário da escola obrigou-o depois a sair, sem sequer poder esperar pelos amigos.

Para o adolescente, o episódio veio deixar marcas. "Não fui capaz de criar memórias felizes para marcar os três anos que passei na escola com os meus amigos", disse. "Fiquei frustrado porque senti que me estavam a dizer: 'Este não é o vosso dia especial'. O penteado representava as raízes e a cultura do meu pai na comunidade negra".

O jovem explicou o que levou ao penteado: optou por entrançar o seu cabelo, que é naturalmente encaracolado, para que parecesse mais "limpo" para a cerimónia. Por outro lado, quis também realçar o significado cultural das tranças. Apesar disso, o vice-diretor da escola disse a um jornal local que o aluno tinha sido segregado simplesmente por não ter cumprido as regras sobre cortes de cabelo.

O regulamento estipula que não devem ser utilizados penteados "na moda", mas sim "limpos e apropriados para um estudante do secundário". Nesse sentido, os alunos não estão autorizados a pintar ou aclarar o cabelo, mas as regras não fazem qualquer menção às tranças.

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