“Esta ajuda alimentar não reembolsável, no valor de 2.800 toneladas de arroz, visa em primeiro lugar reduzir a escassez de alimentos em São Tomé e Príncipe e contribuirá para garantir a segurança alimentar, tornando rentável o arroz oferecido a um preço preferencial a operadores económicos selecionados no mercado local. Posteriormente as receitas destas vendas serão utilizadas para constituir um fundo de contrapartida após consulta entre os nossos dois governos”, disse o embaixador do Japão em São Tomé, Shuji Noguchi.

Durante a cerimónia de entrega oficialm que decorreu em São Tomé, o diplomata nipónico precisou que a ajuda corresponde a cerca de 50 milhões de dobras e faz parte da parceria de mais de 40 anos entre os dois países, “no domínio da ajuda alimentar, que representa um símbolo de cooperação sincera e ativa”.

Shuji Noguchi recordou que, com o fundo de contrapartida da ajuda alimentar de 2021, também estimada em 2.800 toneladas de arroz, foi possível financiar projetos socioeconómicos, e contribuir para a organização de eleições presidenciais, legislativas, autárquicas e regionais realizadas nos últimos anos no arquipélago são-tomense.

“No mesmo espírito de fraternidade, amizade e solidariedade, o Japão tem prestado apoio necessário em áreas fundamentais para a sociedade são-tomense, tais como a educação e a pesca. No âmbito de micro-projetos, o Japão implementou 33 projetos no país, num montante total de mais de 52 milhões de dobras”, sublinhou.

“Esta assistência apoia hoje os esforços fornecidos pelo Governo de São Tomé e Príncipe para reforçar a segurança humana num contexto socioeconómico difícil afetado pela instabilidade global que levou à escassez internacional de alimentos e ao aumento dos preços dos cereais”, acrescentou o embaixador do Japão.

Por outro lado, Shuji Noguchi assegurou que “o Japão estará sempre ao lado” de São Tomé e Príncipe nos esforços para “consolidar a estabilidade, democracia, assistência humanitária e proteção das populações afetadas pela crise alimentar”.

O diplomata encorajou os são-tomenses “a envolverem-se mais na gestão escrupulosa do arroz doado, bem como no fundo de contrapartida” de modo a “contribuir plenamente para atenuar a escassez alimentar e promover o desenvolvimento económico e social do país para o bem-estar das populações”.

Os ministros dos Negócios Estrangeiros, Alberto Pereira, e do Plano e Finanças, Genésio da Mata, representaram o Governo no ato de entrega do donativo do Japão.

“Este apoio não somente irá ajudar a fazer face aos problemas alimentares, mas também vai ser vendida a um preço módico, e este preço tem contribuído para o fundo de contrapartida e com este fundo o país tem realizado muito projetos socioeconómicos com a benevolência do Governo do Japão”, disse Alberto Pereira.

Entretanto, o diretor do Comércio e Indústria, Fernando Amadeu Pereira, adiantou que as autoridades são-tomense estão a investigar um caso de infestação de 17 contentores de arroz que foram entregues no último donativo feito pelo Japão.

“Estamos à espera que os especialistas enviados pelo fornecedor nos digam qual é o procedimento a seguir […] normalmente esses insetos não trazem nenhum problema à saúde humana nem para os animais”, disse o responsável.

O Governo são-tomense fixou o preço oficial do arroz a 17 dobras (0,69 euros) nos armazéns e a venda ao público não deverá ultrapassar 20 dobras (0,82 euros) o quilo.

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