A menos de um mês do início do evento, que vai decorrer entre 1 e 6 de agosto em Lisboa, três das principais autarquias da Grande Lisboa já definiram os espaços coletivos onde os peregrinos poderão pernoitar e que incluem várias escolas.
A maioria vai ficar alojada em escolas na capital. A Câmara Municipal de Lisboa disse à Lusa que prevê acolher nesses espaços 42 mil peregrinos e deverá divulgar em breve quais os estabelecimentos que terão portas abertas para esse efeito, depois de ter concluído o processo de inventariação esta semana.
Em Sintra, vão manter-se abertos durante a semana do evento 53 estabelecimentos de ensino com capacidade para acolher cerca de 25 mil peregrinos, sem condicionar qualquer atividade educativa, uma vez que “as escolas com componente de apoio à família e atividades de tempos livres não foram consideradas”, referiu a autarquia em resposta à Lusa.
Já o presidente da Câmara Municipal de Loures, Ricardo Leão, disse que estima acolher em escolas do concelho cerca de 11 mil peregrinos, sem precisar quantos estabelecimentos estarão de portas abertas para apoiar o evento.
No final da semana passada, 313 mil peregrinos já tinham finalizado a sua inscrição na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) e a maioria (cerca de 200 mil) escolheram a opção com alojamento. Entre as três dioceses de acolhimento (Lisboa, Santarém e Setúbal) a organização tinha já identificados mais de 470 mil lugares de pernoita, havendo ainda 7.138 famílias para acolher jovens.
A preparação dos estabelecimentos de ensino não será uma operação complexa, uma vez que os jovens deverão trazer um saco-cama e um colchão isolador, independentemente de ficarem com famílias de acolhimento ou em espaços coletivos.
Ainda assim, em Sintra está já em curso a verificação e revisão das condições de segurança e saúde dos locais que vão acolher peregrinos, sendo que a restante preparação fica a cargo da organização da JMJ, à semelhança do que acontecerá também em Loures.
Com exames nacionais ainda a decorrer nas vésperas da Jornada (a 2.ª fase só termina a 26 de julho), as duas autarquias asseguram que não haverá qualquer interferência, estando assegurados os meios e espaços necessários para que as provas decorram com normalidade.
Enquanto isso, na capital não foram ainda definidas as escolas onde os peregrinos poderão pernoitar. Em resposta à Lusa, a Câmara Municipal de Lisboa diz apenas que “o processo de inventariação das escolas, e outros equipamentos municipais, que vão ser colocados à disposição dos peregrinos para pernoitas se encontra em fase de conclusão”.
A Câmara Municipal da Amadora vai disponibilizar 14 escolas, mas não sabe ainda quantos peregrinos irá receber a partir de 30 de julho, estando ainda a aguardar informações por parte do comité organizador paroquial.
Entretanto, os trabalhadores não docentes marcaram uma greve entre as 00:00 e as 24 horas do período entre 31 de julho e 4 de agosto, depois de algumas autarquias terem, alegadamente, convocado os funcionários das escolas para trabalho suplementar nos estabelecimentos de ensino que vão receber jovens.
As autarquias de Sintra e Loures não antecipam, no entanto, quaisquer constrangimentos devido à greve. Sintra, por exemplo, decidiu nem envolver os trabalhadores não docentes e a vigilância das escolas será assegurada por funcionários municipais durante o dia e por voluntários da JMJ durante a noite.
“Haverá, por parte dos serviços da autarquia, passagem diária por todas as escolas, depois da saída dos peregrinos, para aferir alguma não conformidade na utilização do espaço, por forma a intervir no próprio dia, antes do regresso dos peregrinos, ao final da tarde”, explicou a Câmara Municipal de Sintra à Lusa.
O presidente da Câmara Municipal de Loures está igualmente confiante e assegura que “tudo foi devidamente articulado” para garantir a vigilância dos espaços entre os cerca de 500 voluntários paroquiais e os funcionários municipais.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.
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