Dos 135 participantes das dioceses de Bissau e Bafatá e de duas organizações religiosas, cinco permanecem em Portugal para tratar de questões de saúde, mas no regresso dos grupos à Guiné-Bissau, as entidades locais notaram mais de 50 ausências.
Os responsáveis guineenses pelos grupos lamentam o sucedido e mostram-se disponíveis para colaborar com as autoridades portuguesas, até porque, como indicaram, o prazo dos vistos era curto, de 29 dias, e expirou em 19 de agosto.
O maior número de peregrinos guineenses viajou da diocese de Bissau, com 71 participantes do grupo diocesano, mais cinco da organização católica Jufra e dois do Movimento dos Focolares.
Segundo explicou à Lusa o coordenador geral da delegação guineense, frei Galiano Oliveira, dos 71 elementos do grupo diocesano não regressaram 18, a organização Jufra regressou sem dois participantes e Focolares sem um dos peregrinos.
“Lisboa deu-nos uma atenção especial, não devia ter acontecido”, lamentou, mostrando-se disponível para colaborar com as autoridades portuguesas com todos os dados sobre os elementos em causa que, considera, tiveram uma atitude “egoísta”.
Os peregrinos em causa têm entre 25 e 40 anos e houve, pelo menos, dois que “não comunicaram a chegada a Lisboa, nem se juntaram ao grupo” a que pertenciam, segundo o coordenador.
A posição do coordenador e do bispo de Bissau “é de sancionar” a atitude destes elementos, “a não ser que o Estado português veja de outra maneira”, como vincou.
“Isto deixou muito mal as autoridades, as instituições e a comissão que trabalhou nisso”, considerou.
Outro coordenador, o padre Dingana Siga, indicou à Lusa que da diocese de Bafatá viajaram para Lisboa 57 peregrinos e “mais de 30 não regressaram” à Guiné-Bissau.
Como explicou, “cinco jovens ficaram em Portugal porque pediram para fazer algumas consultas médicas” e devem permanecer no país “até final de setembro”.
Mas “mais de 30 jovens” deixaram o grupo e não regressaram à Guiné-Bissau.
“É de lamentar”, afirmou, criticando este comportamento que considerou revelar falta “do sentido do que significa ir representar a comunidade”.
“Muitos, talvez, aproveitassem esta oportunidade e não tinham como prioridade a Jornada, já tinham essa intenção [de ficar em Portugal]”, indicou.
O padre Dingana Siga acredita que na decisão destes elementos “teve forte influencia a diáspora a residir em Portugal e os familiares que lá vivem”.
“Deixou-nos muito tristes, estávamos à espera de um comportamento diferente”, disse.
Ainda assim, o responsável considerou que a participação guineense “foi muito positiva”, com o país representado em diversos atos da JMJ, que decorreu de 01 a 06 de agosto em Lisboa.
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