Membros da comunidade portuguesa da cidade de Newark, do Estado de Nova Jérsia e outras cidades marcaram presença num certame que apresentou vários novos projetos multimédia, entre os quais um documentário sobre o jornal produzido por iniciativa da realizadora norte-americana e professora Julie Winokur.
O jornal Luso Americano, que atualmente tem duas edições semanais, foi criado em 1928, sendo agora gerido por António Matinho que disse, numa entrevista conjunta orgãos de comunicação social portugueses, estar muito satisfeito com a vida e história do jornal.
O diretor diz que uma das necessidades essenciais da população portuguesa imigrante é a informação em português e em inglês, que o Luso Americano cobre em todo o território dos EUA sobre as comunidades.
“Somos muitos portugueses de todas as províncias de Portugal (…) de maneira que, como somos muitos, precisamos de muita coisa e, então, uma das coisas que é essencial é o jornal”, disse António Matinho.
O editor declarou que a missão do Luso Americano é fazer a ligação com o maior número de portugueses e lusodescendentes, usando o exemplo de que a redação constatou que existem portugueses em 49 Estados.
“Temos de procurar onde é que está aí alguém que está perdido, que a gente não sabe que estão lá, mas a gente vai achá-los”, comentou António Matinho.
Sobre o futuro, o editor diz que “não se para” e que a satisfação das necessidades informativas da população deslocada de Portugal passa pela continuação do trabalho.
A realizadora Julie Winokur afirmou ter decidido documentar a história do jornal de forma multimédia quando se apercebeu que “Portugal está vivo aqui [nos EUA]” e sentiu o patriotismo dos portugueses, numa visita à redação do jornal.
“Foi incrivelmente poderoso para mim, porque, de repente, tive esta sensação – Portugal está vivo, aqui!”, contou Julie Winokur, professora na Universidade de Rutgers.
A norte-americana disse também que muitos habitantes do Estados Unidos não sabem da verdadeira identidade dos portugueses e da importância do Luso Americano, coisas que merecem ser partilhadas.
“Muitos de nós não estávamos conscientes disso. Esta é a nossa canção de amor ao jornal Luso Americano”, afirmou a realizadora ao introduzir o documentário de cerca de cinco minutos.
A seguir ao visionamento do filme, o Cônsul Geral de Portugal em Newark, Pedro Monteiro, indicou três razões para a importância do Luso Americano: “é um importante elemento de coesão” entre as comunidades portuguesas nos EUA, “tem ligado as comunidades com Portugal” e “tem mantido a língua portuguesa muito viva” ao marcar presença nos eventos dos clubes e associações portugueses.
No filme realizado por Julie Winokur, um dos participantes lusodescendentes disse que o Luso Americano importava muito para os seus pais e que era “uma grande fonte de informação”, que levava os pais para “mais perto de casa”.
Outra entrevistada do documentário referiu que o Luso Americano tornava possíveis debates que não eram permitidos antes da democracia em Portugal.
Em 90 anos, o Luso Americano informou os portugueses dos EUA sobre a II Guerra Mundial, a Revolução de Abril e outros acontecimentos de grande relevância, seguindo a atualidade em Portugal e dando notícias relacionadas com os portugueses e lusodescendentes na diáspora.
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