A moção que propunha a greve geral foi aprovada hoje à tarde, nos momentos finais do Congresso do Jornalismo, tendo os congressistas aclamado e aplaudido a decisão da greve geral.
Segundo a moção, é cada vez maior "a gravidade das condições de exercício do jornalismo em Portugal", com os jornalistas sujeitos a baixos salários, precariedade, forçados a longos turnos, pressionados e por vezes até agredidos, pelo que considera que "num momento muito grave para o jornalismo" são precisos "gestos consentâneos".
"O momento é aqui e agora. Temos de parar. Simplesmente parar. Exigir que finalmente nos ouçam. Deixar de dar notícias, de fazer diretos, abandonar as redações, as conferências de imprensa e as ações de campanha. Não metemos jornais nas bancas, não damos notícias nas rádios, não transmitimos o telejornal, não publicamos nas redes sociais. Mostremos o quão necessário é o nosso trabalho. Caminhemos juntos sem deixar ninguém para trás", lê-se na moção.
A greve geral calhar na campanha eleitoral, como previa a moção, foi alvo de debate pelos congressistas, pelo que foi decidido que será o Sindicato dos Jornalistas a determinar a data e convocar a greve geral.
A última greve geral de jornalistas foi em 1982, disse o presidente do Congresso dos Jornalistas, Pedro Coelho.
Os problemas do grupo Global Media (trabalhadores continuam com ordenados em atraso e há ameaça de despedimento coletivo até 200 pessoas) dominaram muitas das atenções do 5.º Congresso dos Jornalistas, num momento de crise do jornalismo em que são transversais as más condições laborais e há a crise do modelo de financiamento dos órgãos jornalísticos.
O 5.º Congresso dos Jornalistas, que decorria desde quinta-feira, terminou hoje em Lisboa (no Cinema São Jorge) com quase 800 congressistas inscritos.
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