Segundo a mesma fonte, cerca de 330 mulheres procuraram as autoridades para denunciar que foram vítimas do religioso durante tratamentos espirituais.
Segundo o portal de notícias G1, um dos advogados que compõem a defesa de João de Deus, Thales Jayme, confirmou que foi informado sobre o mandado de prisão e declarou também que ainda não conseguiu falar com o médium.
As primeiras denúncias contra o médium foram divulgadas na semana passada, quando uma dúzia de mulheres contou a diferentes meios de comunicação da Rede Globo que foram abusadas sexualmente pelo líder religioso durante os procedimentos espirituais que ele realizou.
Desde então, novas supostas vítimas, incluindo meninas e adolescentes, foram ao Ministério Público de Goiás, que montou uma equipa especializada para investigar o imenso número de denúncias recebidas por mulheres em todo o país.
Na sua única aparição pública depois das alegações na quarta-feira, o médium, de 76 anos, cujo nome de nascimento é João Teixeira de Faria, disse que era inocente.
João de Deus realiza cultos espirituais desde 1976, sendo responsável por supostas "curas milagrosas" numa espécie de templo que fundou na cidade de Abadiania, em Goiás, que se tornou ponto de peregrinação de milhares de pessoas todos os meses.
O médium diz ser um seguidor da doutrina espírita, fundada em meados do século XIX pelo francês Allan Kardec, e realiza "cirurgias psíquicas", nas quais supostamente usa apenas as mãos para curar doenças das pessoas que o procuram.
A reputação do médium ultrapassou largamente as fronteiras do Brasil, tendo, em 2012, recebido a visita da então apresentadora de televisão norte-americana Oprah Winfrey.
Os dois últimos Presidentes brasileiros, Lula da Silva e Dilma Rousseff, e o atual chefe de Estado, Michel Temer, também procuraram as consultas espirituais de João de Deus por questões de saúde.
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