“Nenhum membro fica impune, é imediatamente expulso. Não vamos mais pactuar e ser coniventes com atos de violência gratuita”, sublinhou, acrescentando: “Daqui para a frente, teremos um cuidado redobrado na curva sul para que não aconteça mais situações de tochas no relvado, para que não se estrague o património do Sporting Clube de Portugal”.
Em conferência de imprensa realizada na sede do grupo, a chamada ‘casinha’, António Cebola, acompanhado pelo vice-presidente da JL Daniel ‘Samico’ frisou que o grupo organizado de adeptos (GOA) continuará a contestar a atual direção do Sporting, presidida por Frederico Varandas, que acusa de “desestabilizar e desunir” o clube.
António Cebola ressalvou que o foco dos GOA “é o Sporting Clube de Portugal”, mas lamentou a ausência do presidente ‘leonino’ do pavilhão João Rocha, justificando os cânticos dirigidos a Frederico Varandas por “deslumbrado com o poder, se esquecer que existem modalidades”.
“A Juventude Leonina não é nada sem o Sporting. O nosso foco é o Sporting Clube de Portugal. Nunca mandámos no Sporting e nunca vamos querer mandar”, afirmou, realçando que correm “o país de norte a sul, atrás do Sporting” e que “ninguém fica mais triste que os próprios GOA” com uma derrota do Sporting.
Em relação a alegadas agressões a membros da estrutura diretiva por adeptos da JL, após o jogo de futsal entre o Sporting e o Benfica, denunciadas por Frederico Varandas, António Cebola expressou que as imagens divulgadas não mostram agressões nem roupas alusivas à ‘claque’.
O membro da direção optou antes por elogiar os sócios presentes no protesto contra a direção do clube por se manifestarem “civicamente”.
“Tivemos uma manifestação de sócios em que as claques eram uma minoria. Manifestaram-se civicamente. A própria PSP veio dar-nos os parabéns e veio dizer que tudo tinha corrido dentro de uma normalidade bastante boa”, revelou.
A JL pediu um presidente “que fique 20 anos, no mínimo, que traga estabilidade, que seja um líder com carisma”, com António Cebola a avisar que o Sporting “tem uma presidência à deriva”. Contudo, o membro diretivo lembrou que muitos sócios já mostraram que a JL não está sozinha.
“Estes sócios mostraram que, afinal, não estamos sozinhos. Afinal, não somos os tais loucos que o doutor Frederico Varandas tanto nos aponta. Não somos só nós que, afinal, estamos contra esta direção e contra a forma de gestão que está a levar”, atirou.
O membro da direção da JL, fundada em 1976, criticou Frederico Varandas por ter passado “um atestado de ignorância no final do protesto” a todos os adeptos sportinguistas presentes, tal como o fez “quando chamou escumalha” aos elementos das ‘claques’, que explicou serem o único foco do presidente.
“Esta direção tem mostrado que não tem ambição. A preocupação é só as claques. O foco do presidente Frederico Varandas é as claques. Não passamos do mesmo. O doutor Frederico Varandas, neste momento, é uma mão cheia de nada”, disse.
António Cebola revelou que Frederico Varandas, quando foi eleito, se reuniu com a direção dos GOA e ofereceu Gamebox [lugar cativo] a todo o ‘staff’, no estádio e no pavilhão, bem como 25 mil euros para as deslocações das ‘claques’ quando o Sporting jogasse longe dos seus recintos desportivos.
“As pessoas dizem que estávamos agarrados a um protocolo, mas, se estivéssemos agarrados, estávamos caladinhos. É só benesses, é só bilhetes, só regalias, não íamos contestar nada, íamos ser uns vendidos. Não somos vendidos. Não queremos mais protocolo esta época, não é isso que nos move, mas sim o grande amor e dedicação que temos a este clube”, afirmou.
A JL anunciou novo protesto à direção de Frederico Varandas para uma data não divulgada, apelando aos sócios “que estejam presentes” e anunciando “mais cuidados redobrados”, e negou qualquer envolvimento ou apoio da ‘claque’ numa eventual candidatura à presidência, apontando o objetivo para o apoio “ao Sporting, às suas equipas e atletas”.
O vice-presidente da Juventude Leonina Daniel ‘Samico’ disse que a ‘claque’ vai continuar a fazer o seu trabalho, embora limitados.
“Vamos continuar a fazer o que fizemos em 44 anos de história, limitados, o que é triste para uma claque com 44 anos. A gente reorganiza-se e adapta-se, nunca faltámos até aqui, com ou sem protocolo, e agora também não vamos faltar”, confessou.
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