Publicado no Diário da República, o anúncio da “empreitada de obras públicas” lançada pela Câmara do Porto através da empresa municipal Go Porto fixa em 21 dias o prazo para a apresentação das propostas de reabilitação do equipamento construído na década de 1940, encerrado desde 2011 e classificado como Monumento de Interesse Público em 2012.
Em 2017, a autarquia decidiu arrendar o edifício privado por 25 anos e uma renda mensal de 10 mil euros, anunciando a intenção de o transformar numa Casa do Cinema e atribuindo o projeto de recuperação aos arquitetos Alexandre Alves Costa e Sérgio Fernandez.
Em julho daquele ano, numa visita ao local, o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, revelou que as obras estavam orçadas em cerca de 2,5 milhões de euros, a que se somariam 500 mil euros para equipamentos e mobiliário para um projeto que se articularia entre os eixos do “conhecimento, inovação e memória”.
Já em maio de 2018, ao jornal Público, o arquiteto Alexandre Alves Contas dava conta que o custo da recuperação seria superior ao estimado, pois “a estrutura” do imóvel estava “em muito pior estado” do que se imaginava.
Na ocasião tinha falecido Júlio Pomar, autor dos frescos da fachada do Cinema Batalha que foram destruídos pelo regime de Salazar, antes do 25 de Abril de 1974, que a autarquia queria refazer.
Em articulação com o artista, Alves Costa já tinha concluído que os frescos não eram recuperáveis, sendo necessário encontrar uma outra solução evocativa do que lá existiu.
O futuro do equipamento ficou, ainda em 2018, suspenso pelo chumbo do Tribunal de Contas à Empresa Municipal de Cultura que Moreira quis criar e que devia assumir a gestão do Batalha.
Em fevereiro, o presidente da Câmara decidiu alterar os estatutos da atual empresa municipal Porto Lazer para esta assumir a gestão cultural municipal.
Em 2017, o arquiteto Alexandre Alves Costa defendeu como “indispensável” que o Batalha “reencontre a modernidade”, anunciando a intenção de adaptar o espaço “aos tempos novos e criar valências que respondam as necessidades contemporâneas”.
Propriedade da empresa Neves & Pascaud, o imóvel foi sala de cinema até 2000, altura em que foi encerrado.
Manteve-se fechado até 2006, quando reabriu como espaço cultural pelas mãos da Associação de Comerciantes do Porto (ACP).
No fim de dezembro de 2010, a ACP acabaria por entregar as chaves do edifício devido a “prejuízos mensais avultados”.
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