O 'site' transcreveu várias conversas privadas que os intervenientes tiveram no grupo criado na plataforma de mensagens “Telegram”, em 2016, nas quais se mostra que Sérgio Mouro deferiu buscas a casas de suspeitos, sem que o Ministério Público as pedisse, o que mereceu uma gargalhada do delegado Luciano Flores da Polícia Federal (PF).
“Russo deferiu uma busca que não foi pedida por ninguém… hahahah. Kkkkk”, escreveu Luciano Flores, delegado da PF da força de investigação da Lava Jato, em fevereiro de 2016.
“Como assim?!”, respondeu Renata Rodrigues, outra delegada da PF.
Em resposta, Flores avisou ao grupo: “Normal… deixa quieto… Vou ajeitar… kkkk”.
Desde o início do que se designa de “Vaza Jato”, que trata as fugas de informação da maior investigação brasileira de combate ao crime económico, que foram denunciados vários casos que envolvem Sérgio Moro e a forma como lidava com os procuradores e com a polícia, na construção dos casos que posteriormente julgou.
Durante os anos em que Moro esteve à frente da Lava Jato, denuncia o The Intercept, o juiz chegou a influenciar as agendas das operações policiais.
Entre 2015 e 2016, eram habituais as reuniões entre o juiz, os procuradores e a polícia para delinearem ações da Lava Jato.
Moro e os procuradores da Lava Jato negam terem cometido irregularidades.
Lançada em 2014, a Lava Jato, maior operação contra a corrupção no Brasil, trouxe a público um gigantesco esquema de corrupção de empresas públicas, implicando dezenas de altos responsáveis políticos e económicos, e levou à prisão de muitos deles, como Lula da Silva.
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