Em comunicado, a autoridade policial informou que cumpriu três mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro, numa investigação sobre alegadas “práticas criminosas” cometidas na área de abastecimento da Petrobras, especificamente na gerência executiva de marketing e comercialização.
As autoridades procuram esclarecer a participação de funcionários e ex-funcionários da Petrobras num alegado esquema que atuava na área comercial através de negociação fraudulenta na compra e venda de combustível para navios.
As investigações começaram no final de 2018, quando a Lava Jato visou executivos vinculados a empresas estrangeiras que supostamente pagaram milhões em suborno para trabalhadores da Petrobras em troca de vantagens em contratos com a estatal brasileira.
Os investigados confessaram os crimes cometidos e firmaram acordos de colaboração com o Ministério Público Federal, nos quais alegam terem fornecido provas e explicações sobre como funcionava a rede ilícita.
De acordo com esses depoimentos, funcionários da Petrobras receberam comissões ilegais em troca de favorecer essas empresas nas negociações para fornecimento de combustível e abastecimento de navios da petrolífera em portos estrangeiros.
Esses subornos foram pagos para funcionários da Petrobras com a ajuda de um operador financeiro, que já foi alvo da Lava Jato no passado, e também por meio de contratos fictícios.
“Verificou-se que os funcionários da Petrobras objeto das medidas judiciais hoje aplicadas também dividiram os valores com outros agentes públicos da diretoria executiva de marketing e comercialização, já denunciados e investigados na Lava Jato”, explicou o comunicado emitido pela Polícia Federal.
Segundo as autoridades brasileiras, as “medidas cumpridas nesta data têm, dentre outros objetivos, fazer cessar a atividade delitiva [criminosa], aprofundar o rastreamento dos recursos de origem criminosa [suborno] e a conclusão da investigação policial em todas as suas circunstâncias”.
A operação Lava Jato, iniciada em 2014, desvendou um vasto esquema de corrupção envolvendo a petrolífera Petrobras e outros órgãos públicos brasileiros, que levou à prisão de empresários, ex-funcionários públicos e políticos.
As investigações não se limitaram ao Brasil e espalharam-se por uma dezena de outros países da América Latina e de África, cujas autoridades ainda apuram o pagamento de subornos.
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