“O que o PS nos propõe não é estabilidade, pelo contrário, o que o PS tem vindo a propor nos últimos dias é um poder absoluto que seria a ameaça das novas ofensivas dos donos de Portugal. O poder absoluto, sabemos, é a incerteza absoluta do povo”, afirmou a líder, que discursava num comício em Lisboa.
Catarina Martins criticou também que “o Governo pode chamar-lhe estabilidade”, mas “é insegurança na vida das pessoas, é um perigo para a vida dos trabalhadores”.
E contrapôs que “estabilidade é contas certas, sim senhora, mas as que contam na vida das pessoas”.
A coordenadora do BE rejeitou “o poder absoluto do PS” e também “o poder absolutíssimo desse bloco central sorrateiro que bloqueia Portugal”.
E apontou que “o jogo político do poder absoluto diz tudo sobre a ambição de repetir Cavaco Silva ou José Sócrates”.
Voltando ao ano em que António Costa assumiu o cargo de primeiro-ministro, a bloquista apontou que “tivesse o PS obtido então a maioria absoluta" e "teria cumprido todas as ameaças que tinha feito em 2015, a começar pelo congelamento das pensões”.
Catarina Martins defendeu igualmente que “não está escrito que a saúde deve ser o negócio da Fosun ou dos Mello, que a EDP brincará a bel prazer com os impostos, que as multinacionais mineiras põe o dedo no mapa e o governo assina por baixo, que os eucaliptos colonizam Portugal, que o 'outsourcing' e as empresas de trabalho temporário passam a ser a regra”.
“Essa é a agenda do governo e é um perigo, a direita festeja e aplaude cada uma dessas manobras”, apontou, considerando que “não se combate a direita com as escolhas que a direita aprovaria, não se responde ao país com fingimento nem com cumplicidade com o privilégio e a desigualdade”.
“O compromisso da esquerda é outro e enfrenta as manobras do poder absoluto, o nosso compromisso é com o povo e não temos duas palavras. É assim o Bloco, razões fortes e compromissos claros. Somos o povo que luta pela democracia, pela estabilidade dos direitos democráticos e pela conta certa da justiça social”, salientou ainda.
O Presidente da República convocou eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do “chumbo” do Orçamento do Estado do próximo ano, no parlamento, em 27 de outubro.
BE pede "reforço expressivo" para “travar maioria absoluta do PS”
O líder parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares, e a deputada Mariana Mortágua apelaram hoje ao voto no partido nas eleições legislativas, pedindo força para “travar uma maioria absoluta do PS”, mas também um eventual “bloco central”.
“Portugal precisa de um reforço amplo e expressivo do Bloco de Esquerda”, afirmou Mariana Mortágua.
Pedindo “um mandato claro aos eleitores”, a deputada salientou que o partido quer “força para determinar políticas nas questões cruciais para o desenvolvimento do país”.
O BE quer “força para travar a maioria absoluta do PS, e a maioria absolutíssima desse acordo de bloco central PSD e PS que agora está a ser namorado pelo primeiro-ministro”, mas também “força para responder à emergência climática, força para fazer respeitar o trabalho e o salário, força para proteger os serviços públicos, que são condição de igualdade”.
Mariana Mortágua e Pedro Filipe Soares discursaram hoje, antes da coordenadora do BE, num comício distrital do partido que decorreu em Lisboa e juntou cerca de centena e meia de pessoas.
Apontando que “a direita se engalfinha por tudo e por nada porque a direita é nada para o país”, a deputada apontou que “ofereça agora Rui Rio um acordo de bloco central a Costa e venha António Costa antecipar pontes com a direita” e isso “é só a repetição de um passado” a que os portugueses “não querem voltar”.
“Por isso mesmo, pela recordação do passado a que não queremos voltar, a esquerda tem uma gigantesca responsabilidade de apresentar soluções, soluções estruturais que vão ao que conta, que mudam a vida das pessoas, e não remendos para os problemas do país”, salientou também Mariana Mortágua.
Intervindo depois, o líder parlamentar do BE afirmou que a escolha nas próximas eleições legislativas “é tão simples, tão clara, tão óbvia, mas tão necessária de mobilização do povo à esquerda”.
“Esta é a esquerda que não tem medo de ser esquerda, que nasceu para combater a direita e o pântano de quem quer trazer o lamaçal para o centro da vida política. E sempre que o povo da esquerda confiou no Bloco de Esquerda, conseguimos fazer esse caminho”, salientou Pedro Filipe Soares.
O dirigente mostrou-se igualmente convicto de que nestas eleições os bloquistas serão “novamente fundamentais” para isso.
[Notícia atualizada às 19:21]
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