“A campanha eleitoral neste próximo ano vai ser melhor do que aquela que eu tive. A campanha que tive em janeiro era com um galope monumental do número de mortes, internados e de cuidados intensivos… Mesmo assim foi feita, mas foi, sobretudo, uma campanha de debates televisivos e radiofónicos”, sustentou o chefe de Estado, interpelado pelos jornalistas à margem de uma visita ao Centro Social Paroquial Nossa Senhora da Conceição da Costa da Caparica, no concelho de Almada, distrito de Setúbal.
Reconhecendo que o esquema de campanha será semelhante este ano, com muito enfoque em debates, até porque a pandemia não acabou, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que “há mais espaço para mais campanha”, justificando a afirmação com a situação pandémica diferente que o país vive, nomeadamente a inexistência de um confinamento.
O Presidente da República também foi questionado sobre a previsão de haver quase 600.000 pessoas em isolamento em janeiro, o que poderá impedir milhares de portugueses de se deslocarem às urnas.
“No ano passado o número de portugueses que estavam em isolamento profilático era provavelmente inferior àquele que vai ser agora, depende um bocadinho dos prazos de isolamento”, respondeu Marcelo Rebelo de Sousa.
O chefe de Estado acrescentou que “prazos mais curtos” de isolamento fazem com que haja menos isolados ao mesmo tempo, no entanto há um outro trabalho de preparação que tem de ser feito, nomeadamente na disponibilização de estruturas preparadas para impedir constrangimentos no voto.
“Exige às autarquias, que já o começaram a fazer, estruturas antecipadas, que no ano passado foi em cima da hora […], ter sobretudo voluntários disponíveis para esse esforço. Tem de ser feito, porque a ideia é ter o maior número de portugueses a votar, devem poder votar, independentemente de estarem ou não isolados”, concretizou.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou que na “primeira vez foi um bocado de improviso”, da segunda vez “a pressão é maior”, mas também tem de haver mais organização para isso.
Sobre a possibilidade de uma solução estável sair das eleições de 30 de janeiro, o Presidente da República optou por dizer que essa decisão está nas mãos dos portugueses e que ninguém quer ter “eleições de dois em dois anos”.
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