“A senhora ministra do Trabalho pode torturar os números para dizer aquilo que quer que digam, mas a verdade é só uma: os pedidos de ‘lay-off’ aumentaram 40 vezes no mês de maio e, atualmente, temos 105 mil empresas em ‘lay-off’ e 850 mil trabalhadores nesta situação”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos aos jornalistas, durante uma visita a Nelas.
Em entrevista à Antena 1, Ana Mendes Godinho disse que, desde o final de fevereiro, há mais 93 mil desempregados, “mas a curva da evolução do desemprego, neste momento, é descendente".
“Ou seja, há aqui um reflexo da retoma da atividade depois de uma fase em que a economia tinha de estar parada por razões sanitárias”, explicou a governante.
Francisco Rodrigues dos Santos, que hoje esteve em Nelas a visitar uma exploração agrícola de um criador de ovelhas da Serra da Estrela, disse aos jornalistas que “os números do desemprego aumentaram 30%” e há “103 mil novos desempregados” em Portugal.
“Se isto é sinal de retoma económica, então está na altura de a ministra do Trabalho se preparar melhor, conhecer o terreno, fazer como o CDS, vir auscultar os profissionais de vários setores que sofreram quebras avultadíssimas durante esta pandemia e perceber que 40% dos portugueses perderam rendimentos”, frisou.
O presidente dos democratas-cristãos lembrou que “o Estado deve, inclusivamente, a fornecedores elevados milhões de euros que ainda não pagou”.
“Portanto, a ministra do Trabalho devia estar mais preocupada em alargar o ‘lay-off’ simplificado até ao final do ano do que em fazer afirmações irresponsáveis como essa, que não têm qualquer adesão à realidade”, considerou.
Na sua visita a Nelas, Francisco Rodrigues dos Santos ouviu lamentos da falta de apoios do Governo aos pastores, que estão com dificuldades em escoar o leite.
“As linhas de crédito têm que chegar aos pastores, tem que haver uma maior atenção ao nível dos apoios no escoamento do leite, que sofreu quebras que muito penalizam o seu rendimento”, defendeu o líder do CDS, acrescentando que devem também acabar as “normas muito restritivas do licenciamento dos estábulos” dos pequenos produtores.
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