Através da Eurojust (agência da União Europeia que trata de questões judiciais), o Supremo Tribunal espanhol pediu à justiça italiana que permita a “entrega imediata” do separatista catalão, argumentando que Puigdemont não beneficia neste momento de imunidade parlamentar como membro do Parlamento Europeu e que continua em vigor o mandado de captura europeu contra o ex-presidente catalão.
A viver na Bélgica desde 2017 para escapar às acusações da justiça espanhola, Carles Puigdemont, de 58 anos, foi detido a 23 de setembro, ao chegar ao aeroporto de Alghero, na ilha mediterrânica da Sardenha, onde iria participar no festival cultural catalão Adifolk.
Foi libertado no dia seguinte e autorizado a sair do território italiano após ter assegurado que regressaria à Sardenha para comparecer hoje na audiência de extradição.
Numa conferência de imprensa realizada a 25 de setembro, Carles Puigdemont afirmou que tinha de regressar à capital belga, Bruxelas, para participar numa reunião da comissão de comércio externo, da qual diz ser membro, mas que regressaria a Itália a tempo de se apresentar em tribunal.
O Supremo Tribunal espanhol, que emitiu um mandado de captura internacional, acusa Puidgemont dos crimes de rebelião e desvio de fundos, entre outros, pelo papel desempenhado na organização do referendo de autodeterminação da Catalunha, realizado a 01 de outubro de 2017 e considerado ilegal.
Em fuga desde então, devido ao seu protagonismo na tentativa falhada de independência da região espanhola da Catalunha, Carles Puigdemont continua a ser procurado pelo sistema judicial espanhol, que o acusa de "sedição" e "apropriação indevida de fundos públicos".
O líder independentista já tinha sido detido na Alemanha em março de 2018, a pedido de Espanha, mas foi libertado alguns dias depois já que os tribunais alemães retiraram a acusação de "rebelião", que desde então foi reclassificada como "sedição".
Membro do Parlamento Europeu desde 2019 pelo partido independentista Juntos pela Catalunha (JxCat), o político usufruiu, durante algum tempo, de imunidade parlamentar, mas o hemiciclo europeu levantou-a em março último, por uma grande maioria, medida que foi confirmada a 30 de julho pelo Tribunal de Justiça da União Europeia.
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