Garcia, de 53 anos, declarou-se culpado de tais atos na semana passada. O líder religioso foi preso na Califórnia em 2019 por crimes cometidos entre 2015 e 2018 enquanto estava à frente da "La Luz del Mundo", uma organização religiosa internacional que alega ter cerca de cinco milhões de seguidores espalhados pelo mundo.
O pastor e dois homens, que também se declararam culpados de abuso de menores, são acusados de forçar as vítimas a praticar atos sexuais sob o argumento de que "se fossem contra a vontade ou os desejos do 'Apóstolo'", título dado a Garcia, "estariam a opôr-se a Deus."
O líder religioso negou as acusações por muito tempo, mas acabou a declarar-se culpado num acordo com a justiça por violação de dois menores e um ato de agressão sexual contra uma menina de 15 anos.
Antes de anunciar a sentença de Garcia nesta quarta, o juiz Ronald Coen pediu desculpa às vítimas, muitas das quais queriam prestar depoimento no julgamento inicialmente marcado para esta semana em Los Angeles, e pediam a pena máxima.
"Estou de mãos atadas", explicou o juiz às mulheres. Mas "o mundo ouviu-vos", acrescentou Coen, que descreveu o condenado como um "predador sexual".
"Ele merece ficar na prisão para sempre, mas isso não seria ainda suficiente", disse uma das vítimas num comunicado lido para o público. "Ele acabou com a minha fé (...) Usou-me, usou a minha fé em Deus e a minha inocência", declarou outra.
Apesar dos testemunhos e da confissão do seu líder, a igreja "La Luz del Mundo" renovou publicamente o seu apoio a quem considera ser "Apóstolo de Jesus Cristo".
Num comunicado publicado em sua conta no Twitter após o anúncio da pena, a organização acusa o sistema de justiça de ter "fabricado" provas contra García e de não ter permitido que ele tivesse um julgamento justo.
Ele não tinha, de acordo com a igreja, "nenhuma escolha a não ser aceitar um acordo judicial" e de se declarar culpado, como o "melhor meio de proteger a Igreja e a sua família".
"A nossa confiança nele permanece intacta em todo o conhecimento da sua integridade, da sua conduta e do seu trabalho", afirmam.
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