A reação da LBP surge após a divulgação de um relatório da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) que encontrou disparidades entre os pedidos de pagamentos sobre o fornecimento de refeições dirigidos à ANPC pelas corporações de bombeiros e o número de operacionais, referenciados como presentes no teatro de operações na fita do tempo do incêndio que deflagrou nos concelhos da Sertã, Proença-a-Nova e Mação em julho de 2017.
O relatório da IGAI, divulgada na quinta-feira pela agência Lusa, já foi enviado para o Ministério Público pelo ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, para apuramento de responsabilidades.
Estas irregularidades nas refeições foram detetadas pela IGAI durante o inquérito que fez ao incêndio que ocorreu no concelho de Mação entre os dias 23 e 27 de julho de 2017.
Em comunicado, a LBP lamenta que só tenha tido conhecimento da investigação da IGAI através da comunicação social e que não tenha tido a oportunidade de analisar as conclusões e ter feito o contraditório.
A Liga considera que deve ser da responsabilidade da ANPC o fornecimento das refeições, cabendo-lhe “explicar as eventuais discrepâncias no seu fornecimento, não só aos bombeiros, mas também aos elementos da GNR, do INEM, da Força Especial de Bombeiros, Sapadores Florestais e elementos das Forças Armadas, entre outros”.
“Cabe aliás à ANPC, em qualquer circunstância, fazer a conferência das refeições facultadas num teatro de operações, atendendo a que o seu controlo é desenvolvido através dos CDOS [Comando Distrital de Operações e Socorro]”, sublinha a LBP, recusando a suspeição que querem fazer cair sobre os bombeiros relativamente a essa matéria.
A LBP sustenta que “cabe aos bombeiros combater incêndios e não fornecer refeições”, tendo apenas participado “nessa logística num espírito colaborativo com todas as entidades presentes nos teatros de operações por manifesta e assumida incapacidade demonstrada pela ANPC em satisfazer essa obrigação”.
A Liga relembra que já manifestou várias vezes vontade em suspender “qualquer tipo de colaboração” com a ANPC no domínio das refeições e dos combustíveis face a suspeitas apontadas no passado.
A LBP reclama ainda que “seja devidamente investigado e provado” que os bombeiros cometeram alguma irregularidade.
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