Em entrevista à Lusa, Y Ping Chow rejeita que a China esteja a aproveitar a crise pandémica para tirar proveitos políticos e defende que esta é uma teoria que apenas serve o Estados Unidos da América.
“Na minha ótica, embora muitos jornais e muitos políticos digam que a China aproveitou [a pandemia de Covid-19] para ganhar influência, esta é uma teoria lançada pelo dirigente dos Estados Unidos. Neste momento, os EUA, principalmente o senhor presidente [Donald Trump], qualquer coisa [que digam] é contra a China porque querem travar o desenvolvimento, a participação dos chineses”, defendeu, acrescentando “é uma política deles”.
Y Ping Chow considera, no entanto, que o apoio que a comunidade chinesa e o Governo daquele país tem dado à Europa e nomeadamente a Portugal, através da doação de equipamento médicos e outro material necessário ao combate à Covid-19, prevalece sobre a teoria americana e tem contribuído para solidificar as boas relações entre Portugal e a China.
Ainda assim reconhece que, no contexto desta pandemia, houve quem tentasse associar o novo coronavírus à China, referindo-se à Covid-19 como vírus chinês, mas, salienta que foi uma minoria.
Chow não reconhece Portugal como um país xenófobo e encontra explicações para esta associação no discurso de alguns, nomeadamente no do presidente americano, Donald Trump. “A América é um país que tem muita força, que tem muito poder e há muito seguidores”, disse, criticando a atitude dos americanos do “eu, posso, quero e mando”.
A China, sublinhou, não procura uma contrapartida, mas apenas criar e fortalecer relações e amizades.
Y Ping Chow não tem dúvidas que, tal como as empresas portuguesas, os empresários chineses terão quebras entre os 30% a 50% por causa da Covid-19, mas acredita que surgirão novas oportunidades de negócio.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou perto de 400 mil mortos e infetou mais de 6 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 2,5 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.410 pessoas das 32.500 confirmadas como infetadas, e há 19.409 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.
Comentários