“Estamos à procura e a analisar situações de espaços que já hoje são usados para estacionamento, para que sejam destinados a residentes, mas também estamos a fazer um levantamento de edifícios em ruína ou devolutos para que, eventualmente, também possam ser usados para estacionamento” de moradores, referiu Manuel Salgado, que falava na reunião pública do executivo.

No encontro, o PCP apresentou uma proposta, que acabou por também ser subscrita pelo CDS-PP, solicitando à maioria socialista que encontre estacionamento em terrenos expectantes na Penha de França e São Vicente, freguesias onde os comunistas estimam faltar centenas de lugares para residentes.

O documento foi aprovado por unanimidade – além das posições favoráveis do PCP e do CDS-PP, votaram a favor a maioria socialista (que inclui o movimento Cidadãos por Lisboa) e o PSD.

Intervindo na sessão, o vereador do PCP João Ferreira assinalou que o documento “vem no seguimento de visitas feitas ao terreno, que permitiram identificar diferentes soluções”.

Outro dos motivos foi a escolha, por parte da população, de um jardim em vez de um parque de estacionamento naquela zona da cidade.

Na edição deste ano do Orçamento Participativo de Lisboa, a proposta mais votada (com 9.477 votos) foi a criação de um jardim no Caracol da Penha (que abrange, além da freguesia da Penha de França, a de Arroios).

Porém, para esse espaço estava prevista a construção de um parque de estacionamento com 86 lugares, a cargo da Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa (EMEL), situação que a autarquia está a estudar como resolver.

Também para os Sapadores (na Graça, freguesia de São Vicente) estava previsto um parque de estacionamento, cuja construção nunca avançou.

Falando sobre a proposta hoje levada ao encontro, o vereador Manuel Salgado disse que a maioria PS e a achou “interessante” por fazer “uma série de propostas concretas”.

No documento, os comunistas assinalam a existência de terrenos expectantes (municipais e privados) na Rua da Penha de França, na Avenida General Roçadas, na Rua Frei Manuel do Cenáculo e ainda na Rua Frei Manuel do Cenáculo, onde pode ser criado estacionamento.

“Alguns são terrenos municipais e é viável a sua utilização”, admitiu Manuel Salgado.

Sobre o facto de nestas freguesias existirem várias instituições públicas e privadas com lugares de estacionamento apenas utilizados no período diurno - que o PCP sugere que sejam destinados a moradores durante a noite -, o vereador do Urbanismo defendeu que “é uma ideia interessante, que devia ser explorada”, até “para o resto da cidade”.

A proposta aprovada visa, assim, que a autarquia dote "os terrenos municipais expectantes de condições para estacionamento", avance com "negociações com os proprietários dos terrenos particulares expectantes para a utilização, ainda que provisória, para estacionamento", e faça o mesmo com instituições públicas e privadas, com vista à utilização de parte dos lugares destinados a estas entidades pelos residentes durante a noite.