Os quatro anos de mandato, que incluíram um ano como ‘deputy Mayor’, foram “super intensos, intelectualmente super interessantes, um grande desafio, uma mega responsabilidade”, confiou à agência Lusa.
A oportunidade de, enquanto estrangeiro, “ter um acesso a uma organização como um ‘council’ e perceber como é que ele é gerido e como se desenvolve toda uma ação política de um partido é, de facto, muito recompensador”, vincou.
Guilherme Rosa foi eleito em 2014 pela área de Stockwell, conhecida de forma popular por ‘Little Portugal’ devido à concentração de cafés, restaurantes e comércios portugueses, cessando oficialmente funções na quarta-feira.
No município de Lambeth estima-se que residam cerca de 40 mil portugueses, uma comunidade numerosa que Rosa, de 44 anos e originário de Tomar, considera ser “de extrema importância” ter uma representação devido ao “problema crónico” de dificuldade de integração e de participação local.
Porém, salientou elementos positivos como a salvaguarda de traços culturais, nomeadamente o afeto e o patriotismo, e elogia o empreendedorismo: “É uma comunidade incrivelmente dinâmica em termos empresariais como não há nenhuma em Lambeth e há poucas em Londres”.
O mandato implicou “muito sacrifício pessoal”, confessou, devido à dimensão dos problemas com que foi confrontado e a dificuldade de, sozinho, resolver problemas como a habitação, a educação dos jovens lusodescendentes ou a proteção dos negócios portugueses.
Porém, a certa altura percebeu que “não tinha o interesse e a atenção tanto da Câmara como da comunidade local para com o trabalho que eu estava a procurar desenvolver. Achei-me um pouco desapoiado e um bocadinho inconsequente”.
Por outro lado, mostrou-se satisfeito por ter ajudado projetos comunitários, como a parceria de saúde Lambeth Portuguese Community Wellbeing Society Partnership (LPCWSP).
Para futuros vereadores ou candidatos portugueses, como Tiago Corais, que foi eleito em Oxford, refere que é importante desenvolver uma carreira política dentro dos respetivos partidos para ganhar reconhecimento e poder aspirar a responsabilidades mais elevadas.
Mas o principal, salientou, é que tente defender a comunidade “de uma forma benigna, interessada, altruísta, desprovida de interesse particular. As pessoas têm de se sentir acompanhadas”.
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