Intitulada “Un cowboy dans le coton", a nova história de BD foi criada “muito antes de se saber da morte de George Floyd”, afirmou o argumentista francês Jul à agência France Presse, referindo-se ao afro-americano que morreu em maio passado depois de ter sido detido e imobilizado por um polícia branco, acabando por morrer asfixiado.
A morte de George Floyd desencadeou uma onda de protestos e distúrbios raciais contra a violência policial exercida pela polícia contra pessoas negras, em várias cidades dos Estados Unidos e de outros países.
Segundo o argumentista francês, que volta a trabalhar com o desenhador Achdé neste novo álbum, nas histórias de Lucky Luke, passadas num imaginário faroeste, os afro-americanos foram sempre retratados de forma marginal, com aparições esporádicas e sem diálogos.
A imagem de “Un cowboy dans le coton" divulgada hoje revela um extenso campo de algodão, onde está Lucky Luke acompanhado de um xerife negro, ambos armados. Ao fundo do campo estão quatro elementos do movimento supremacista e antissemita Ku Klux Klan, encapuzados e com tochas.
Segundo a sinopse, a narrativa desta nova BD decorre em Louisiana, onde Lucky Luke herdou um campo de algodão e tenta lutar contra os proprietários mais poderosos da região e contra a segregação racial.
Ao seu lado terá os irmãos Dalton, os Cajuns e um xerife inspirado na figura verídica do policial Bass Reeves que, no século XIX, descendente de escravos, se tornou no primeiro xerife-adjunto negro a oeste do Mississipi.
Lucky Luke, criado em 1946 por Morris (1923-2001), é uma das figuras mais conhecidas da banda desenhada franco-belga, com mais de 300 milhões de livros vendidos e traduzido para quase trinta línguas, incluindo a língua portuguesa.
Jul e Achdé assinaram os dois mais recentes álbuns de BD do cowboy solitário que dispara mais rápido do que a própria sombra: “A terra prometida”, de 2016, e “Um cowboy em Paris”, de 2018.
“Un cowboy dans le coton", ainda sem tradução Portuguesa, sairá, a 23 de outubro.
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