“Não posso permitir que a senhora deputada sequer possa insinuar que este Governo não está empenhado, absolutamente direcionado para o combate à ocorrência de casos de violência de género e de violência doméstica e ao acompanhamento das vitimas”, respondeu Luís Montenegro a Inês Sousa Real durante o debate do estado da nação, que decorre no parlamento.
A deputada única do PAN tinha afirmado que a violência doméstica era um “tema que não está na preocupação e naquilo que é o programa do Governo da AD”, referindo que em cada um dos primeiros 100 dias do executivo “houve 75 ocorrências de violência doméstica”.
Luís Montenegro anunciou um despacho conjunto da ministra da Juventude e Modernização, da ministra da Justiça e do secretário de Estado da Administração Interna para a criação de um grupo de trabalho transversal sobre violência doméstica.
O objetivo, segundo o primeiro-ministro, é “desenvolver todas as preocupações e decisões no âmbito do apoio à vitima, no âmbito da dissuasão da ocorrência destas situações e naturalmente no âmbito de medidas preventivas que passam por exemplo pelo acesso também ao mercado da habitação”.
“Temos a perfeita noção do impacto desumano, do mais assustador na natureza humana que é a violência contra as pessoas que estão mais fragilizadas. Não acredite que o Governo está desatento a isso, ainda que possamos receber os seus contributos nessa matéria”, enfatizou.
Inês Sousa Real começou a sua intervenção com uma analogia sobre “fruta saudável” e citar o ditado popular de que “a laranja de manhã é ouro, à tarde é prata e à noite mata”.
“Aquilo que era importante e o senhor primeiro-ministro não falou é precisamente da fruta que anda a servir fora de tempo e o impacto que tem na vida dos portugueses. Retrocessos que têm sido promovidos pela mão deste Governo nos seus primeiros dias de governação e há matérias que sistematicamente tem ignorado”, acusou.
A deputada do PAN acusou o Governo de Montenegro de ignorar a causa animal.
“Que mal é que os animais lhe fizeram para que sistematicamente coloque na gaveta os fundos que estão desde o início do ano para ser executados, os 13 milhões de euros que já deveriam estar a chegar às famílias que têm animais, às associações que estão no terreno”, questionou.
Sobre os bombeiros, a deputada do PAN perguntou ao primeiro-ministro se estava “disponível para valorizar os bombeiros profissionais e voluntários”, considerando absolutamente indigno o valor dos suplementos que estes homens e mulheres recebem.
“Concordo com a necessidade de valorizar a carreira dos bombeiros e estamos a trabalhar nisso, mas não conseguimos fazer tudo em 106 dias”, respondeu Montenegro.
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