“Eu creio que é uma das maiores machadadas que se deu na credibilidade das instituições europeias, enfim da democracia e do poder politico em geral”, disse Luís Montenegro.
O líder do PSD falava aos jornalistas em Proença-a-Nova, onde se deslocou no âmbito do programa “Sentir Portugal”, que iniciou no domingo no distrito de Castelo Branco.
“No caso concreto das instituições europeias, quero registar como muito positiva a reação da presidente do PE, que é de resto da nossa família politica e com quem vou estar amanhã [quinta-feira] em Bruxelas e que foi veemente na condenação de comportamentos que estão ainda sob investigação”, frisou.
O presidente dos sociais-democratas salientou, contudo, “as decisões rápidas e imediatas de cessação de funções da pessoa em causa”.
"Isto é de facto absolutamente intolerável na União Europeia, como de resto na organização do poder politico nacional e regional. Tem o mesmo repúdio qualquer que seja o nível, mas neste caso concreto atinge, fere os princípios de funcionamento dos órgãos da União Europeia”, realçou.
Montenegro considerou que a condenação que foi feita no PE “se justificou”.
“Estou à espera de que isso possa ser alargado amanhã a reunião do Conselho Europeu. Agora é levar as investigações até a última consequência”, concluiu.
A polícia encontrou mais de 1,5 milhões de euros em dinheiro nas casas da ex-vice-presidente do PE Eva Kaili e do antigo deputado italiano Pier Antonio Panzeri.
O chamado caso “Qatargate”, por envolver alegadamente favores ao país organizador do campeonato mundial de futebol, resultou até agora na acusação de Kaili de participação numa organização criminosa, branqueamento de capitais e corrupção.
A socialista Eva Kaili, 44 anos, foi afastada hoje do cargo de vice-presidente do PE pelo plenário, depois de ter sido conhecida a sua detenção no fim de semana.
A decisão foi aprovada por 625 votos a favor, um contra e duas abstenções, representando uma dupla maioria de dois terços dos votos expressos e uma maioria dos deputados que compõem o hemiciclo.
Kaili manterá por enquanto o estatuto de deputada ao PE, uma vez que só pode ser retirado pela Grécia.
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