O depoimento acontece na sede da Justiça Federal, às 14:00 (18:00 de Lisboa) onde o juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em primeira instância, analisa o caso.
Neste processo, o ex-chefe de Estado brasileiro é acusado de ter recebido como pagamento e suborno da Odebrecht um terreno no valor de 12,4 milhões de reais (3,3 milhões de euros), onde seria construída uma nova sede do Instituto Lula.
Foi também acusado de ter recebido como vantagem ilícita a propriedade de um apartamento localizado ao lado do imóvel em quem mora, na cidade de São Bernardo do Campo.
O ex-chefe de Estado brasileiro negou publicamente as acusações, mas a sua situação complicou-se na semana passada quando o ex-ministro das Finanças Antonio Palocci disse num depoimento perante o juiz Sérgio Moro que a denúncia “procede porque os fatos relatados nela são verdadeiros”.
Segundo Palocci, Lula da Silva sabia da negociação de um acordo escuso firmado por ele e outros membros do Partido dos Trabalhadores (PT) com a Odebrecht para que a empresa comprasse o terreno e o apartamento mencionado no caso.
O ex-ministro, que foi um dos membros mais influentes no segundo Governo de Lula da Silva, acrescentou ainda que o ex-chefe de Estado recebeu quatro milhões de reais (cerca de um milhão de euros) em dinheiro da Odebrecht.
Para apoiar o seu líder mais proeminente, o PT anunciou que organizará um protesto a partir das 15:00 (19:00 em Lisboa) no centro de Curitiba.
Os organizadores também informaram que Lula da Silva deve fazer uma declaração no local após prestar o depoimento.
O ex-chefe de Estado enfrenta diferentes acusações criminais, sendo acusado de ter praticado atos de corrupção passiva, branqueamento de capitais, formação de organização criminosa e tentativa de obstrução da Justiça.
Lula da Silva já foi condenado a 09 anos e meio de prisão por ser beneficiário de um apartamento de luxo no Guarujá, cidade do litoral de São Paulo, que teria sido dado a ele pela construtora OAS em troca de contratos com a Petrobras.
O ex-presidente recorre desta primeira sentença em liberdade, mas se a condenação for confirmada num tribunal superior poderá ser preso e ficará impedido de lançar-se candidato nas próximas presidenciais do Brasil, que acontecem em 2018.
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