De acordo com a programação enviada à agência Lusa, o programa de reabertura - após um encerramento de mais de cinco meses - decorrerá entre 10 e 14 de junho, com visitas guiadas a várias exposições, e conversas com curadores e artistas.
O MAAT encerrou em dezembro de 2019 depois de o edifício desenhado pela arquiteta Amanda Levete ter sido danificado pelo mau tempo, e contava reabrir a 27 de março depois da reparação e obras de adaptação à nova programação deste ano, mas manteve-se fechado devido à pandemia de covid-19.
As obras entretanto realizadas deram lugar a uma nova entrada para o museu, inserida na intervenção arquitetónica "Beeline", comissariada ao estúdio SO - IL de Florian Idenburg e Jing Liu, baseado em Nova Iorque, nos Estados Unidos.
A segunda entrada temporária virada para a cidade, foi adicionada à entrada original do lado do rio Tejo, e faz parte de um projeto de transformação programática sob a nova direção de Beatrice Leanza, segundo o MAAT.
O trabalho é acompanhado pela exposição "Currents - Temporary Architectures by SO - IL", apresentada na rampa elíptica dentro do espaço central do museu, que mostra 12 projetos do estúdio realizados ao longo da última década e organizados em seis pares temáticos, com os temas que este estúdio tem explorado.
Quanto à programação de reabertura, no dia 10 de junho inclui visitas das 11:00 às 16:00 ao novo projeto "Beeline" - que depois serão diárias - e conversas que também poderão ser acompanhadas ao vivo nas redes sociais.
Estão previstas conversas sobre temporalidade e espaço cívico, com arquitetos e curadores como João Belo Rodeia, com Florian Idenburg & Jing Liu ligados a partir de Nova Iorque, e Ricardo Carvalho, Roberto Cremascoli, Filipe Magalhães + Ana Luísa Soares (Atelier Fala) e Bárbara Silva.
Nos dias seguintes decorrem oficinas para crianças, visitas e conversas com artistas como Claudia Martinho, sobre a sua instalação sonora "Extinction Calls", criada com os sons de espécies de pássaros extintas ou seriamente ameaçadas.
Estão também previstas visitas guiadas às exposições "Melancolia Programada" e "Unharia Ratóricas", conversas com o investigador Pedro Teixeira e o artista Pedro Gomes.
Como parte do projeto "Beeline", realizado em parceria com a empresa Artworks, os arquitetos desenharam também um conjunto de 15 unidades de armazenamento de arte móveis e reconfiguráveis que se encontram espalhadas pelo espaço.
Os seus conteúdos, a par de materiais de arte arquivados, são coletivamente intitulados "The Peepshow - Artistas da Coleção de Arte da Fundação EDP", e apresentam intervenções discretas e intimistas que revelam trabalhos, metodologias e momentos de criação dos artistas, dando acesso aos seus mundos privados.
Os artistas incluídos na mostra são Catarina Botelho, Paulo Brighenti, Tomás Colaço, Luísa Ferreira, Horácio Frutuoso, Mariana Gomes, Pedro Gomes, André Guedes, João Louro, Maria Lusitano, João Ferro Martins, Paulo Mendes, Rodrigo Oliveira, Francisco Vidal, Valter Vinagre.
Em estruturas complementares, o MAAT vai ainda apresentar "Memovolts - Histórias da Coleção de Património Energético da Fundação EDP", um total de sete mostras com tópicos como "As mulheres na publicidade aos Eletrodomésticos (1930 - 1950)", e "Memórias da Cidade de Lisboa: A Fotografia de Kurt Pinto. O Design do Som e da Imagem (1920-1960)".
Ainda a acompanhar estes projetos, e enquanto parte da "Beeline", estarão três estações de áudio intituladas "Sound Capsules", que acolhem uma série de propostas de som com curadoria e conteúdos especialmente produzidos em colaboração com os alunos da Escola de Tecnologias, Inovação e Criação.
Também será apresentada uma série com curadoria de Gonçalo F. Cardoso, apresentando trabalhos selecionados a partir do catálogo da editoria discográfica Discrepant que explora os temas "Realidades Alternativas" e "Tradições Atípicas", difundidos aos longo de um conjunto de performances ao vivo que terão lugar na "Beeline".
Ainda segundo a nova programação, todos os espaços do edifício vão ter audíveis o projeto de som, uma paisagem sonora realizada pela artista Claudia Martinho intitulada "Extinction Calls", baseada nas músicas e nas vozes de espécies de pássaros extintas ou criticamente ameaçadas recolhidas em plataformas colaborativas e arquivos ´online´, tais como a Macaulay Library do Cornell Lab of Ornithology e a Internet Bird Collection.
O museu convidou também o ‘designer’ francês Sam Baron, que trabalha em Lisboa, para criar um sistema de comunicação que visa ajudar a circulação dos visitantes no museu mantendo o respeito pelas atuais regulamentações de segurança no quadro da pandemia de covid-19.
De acordo com o museu, o projeto "Beeline” “foi desenhado para acolher o MAAT Mode, um programa público participativo de sete meses que é apresentado como "um exercício de interrogação acerca do papel das instituições culturais na sociedade e da prototipagem do futuro do museu".
O objetivo, segundo a nova direção, é gerar a reflexão e debate sobre temas como a ação climática, com um foco específico nos Oceanos e na cultura marinha, incluindo colaborações com instituições de cultura e educativas portuguesas e internacionais.
O MAAT reabre no horário habitual das 11:00 às 19:00, com capacidade limitada de lugares sentados para os eventos da programação, regras de distanciamento, controle de temperatura e higienização das mãos.
Comentários