A ideia é proporcionar às empresas destes países serviços no “âmbito linguístico, jurídico, fiscal, de verificação da observância das normas, de formação, de arbitragem e de mediação”, referiu, na Assembleia Legislativa, o secretário para a Administração e Justiça de Macau, André Cheong Weng Chon.

As palavras de Cheong, que apresentava as Linhas de Ação Governativa (LAG) para 2025 no âmbito da pasta da Administração e Justiça, vão ao encontro do que o líder do Governo de Macau anunciou na segunda-feira, ao declarar a intenção de “promover o intercâmbio e a cooperação”, através de Macau, entre a China e o universo de países de língua espanhola.

A China estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) como plataforma para o reforço da cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003.

Mais de duas décadas depois, Sam vem alargar o foco aos países que falam castelhano. A cooperação deve incidir, como indicou na apresentação geral das LAG, entre outros setores, nas áreas das finanças, cultura, turismo e comércio eletrónico transfronteiriço.

Na segunda-feira, Sam, o primeiro líder de Macau a dominar a língua portuguesa, sugeriu também que ia aproveitar uma visita a Portugal, prevista para depois das eleições legislativas portuguesas de 18 de maio, para se deslocar a Espanha e “iniciar contactos”.

A Zona de Cooperação Aprofundada em Hengqin é um projeto lançado por Pequim, em 2021, gerido conjuntamente pela província de Guangdong e por Macau, com uma área de cerca de 106 quilómetros quadrados.

Persistem, porém, uma série de problemas nesta área especial, notou hoje André Cheong, referindo “a insuficiência no desenvolvimento da economia real, a alta taxa de desocupação dos edifícios comerciais, bem como a falta de circulação de pessoas e de atividade comercial”.

Na segunda fase da construção desta zona, disse o secretário, Macau e a província de Guangdong vão reforçar “a interligação de infraestruturas”, “a articulação das regras e mecanismos” e a “aproximação dos residentes de Macau e Hengqin”