Esta precaução do Governo desta região administrativa especial chinesa, que persiste na política de casos zero de covid-19 e que registou apenas 79 casos desde o início da pandemia, acontece numa altura em que estão a surgir surtos um pouco por toda a China e que Pequim alega, em parte, serem de produtos provenientes do estrangeiro.
Em comunicado, as autoridades do antigo território administrado por Portugal indicaram terem enviado funcionários “às lojas onde se vendem hámsteres para proceder à inspeção, tendo, no dia 19 (hoje), realizado testes aleatórios de ácido nucleico do novo tipo de coronavírus aos hámsteres das lojas”.
O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) realizou os testes, que foram todos negativos, apesar de nenhum estabelecimento de vença de animais de estimação ter importado qualquer hámster há mais de um ano.
O IAM apelou ainda aos donos de animais de estimação para adotarem “medidas de proteção pessoal e dos animais de estimação, em termos de limpeza e desinfeção” e para que “não abandonem os seus animais de estimação com base em boatos”.
Um dia antes, o Governo de Hong Kong anunciou que 2.000 hamsters e outros pequenos mamíferos – chinchilas, coelhos e porquinhos-da-índia – serão abatidos como “medida de precaução”, apesar de reconhecerem que não existem “provas” de que estes animais de estimação possam transmitir o coronavírus SARS-CoV-2 aos humanos.
Os clientes que compraram hamsters na loja em questão após o dia 07 de janeiro serão procurados e deverão ser sujeitos a uma quarentena obrigatória, tendo ainda de entregar os animais às autoridades para serem abatidos.
As autoridades disseram ainda que todas as lojas de animais que vendem hamsters em Hong Kong devem suspender a comercialização.
Os clientes que compraram hamsters em Hong Kong a partir de 22 de dezembro também estarão sujeitos a testes obrigatórios e serão aconselhados a não conviver com ninguém até que tenham o diagnóstico.
Na terça-feira, as autoridades de Macau apelaram à população para que recebam menos encomendas pelo correio, após a China ter ligado recentes casos de covid-19 a embalagens que chegaram do estrangeiro.
A razão para este aviso prende-se, segundo as autoridades do território, com a informação “sobre o rastreio da origem de casos positivos da covid-19 no interior da China” que, “após teste de ácido nucleico, revela que foram realizados teste a amostras ambientais a correio internacional com que os casos confirmados também tiveram contacto, tendo sido detetada a estirpe Ómicron”.
A imprensa estatal chinesa denunciou que as encomendas enviadas do exterior podem ter espalhado a variante Ómicron.
Especialistas em saúde estrangeiros enfatizaram que o vírus se espalha sobretudo através de gotículas respiratórias, quando as pessoas infetadas respiram, falam, tossem e espirram.
Em Zhuhai, cidade chinesa adjacente a Macau, que está em alerta devido a um pequeno surto local, as autoridades sanitárias também não excluem a exposição “a artigos contaminados no exterior como sendo a causa deste surto”
A poucos quilómetros de Macau e Hong Kong, a cidade de Shenzhen, uma pessoa testou positivo para a variante Ómicron que terá também manuseado pacotes enviados da América do Norte, anunciou hoje que quem receber encomendas provenientes do estrangeiro terá os seus movimentos limitados no território.
Há duas semanas, após um surto ter sido registado em Hong Kong, Macau proibiu voos de fora da China de aterrarem no território, numa altura em que muitas pessoas, entre os quais portugueses, regressavam das férias de Natal.
Essa proibição está imposta até dia 23 de janeiro. Contudo, as autoridades já admitiram que a medida pode ser prolongada.
Macau, que tem seguido a política de zero casos de covid-19, impõe quarentenas de regresso que podem chegar a 35 dias dentro de um quarto de hotel e não permite sequer a entrada a quem teve covid-19 nos últimos dois meses.
Assim como acontece na China continental, o Governo de Macau passou a não considerar os casos assintomáticos para efeitos de contabilidade dos casos registados.
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