O acelerador foi desligado às 06:00 em Genebra (05:00 em Lisboa), com os operadores da sala de controlo do Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN) a darem "por concluído" o segundo período (2015-2018) de funcionamento da máquina, informou em comunicado o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas (LIP), que representa cientificamente Portugal no CERN.
Durante a paragem técnica do Grande Colisionador de Hadrões (Large Hadron Collider, LHC), os cientistas portugueses "estarão ocupados com a análise da enorme quantidade de dados recolhidos e nos melhoramentos nos detetores de que são responsáveis", adianta o LIP.
Equipas de investigadores portugueses participam em duas experiências envolvendo dois detetores de partículas do acelerador (ATLAS e CMS).
Concluído o 'upgrade' do acelerador, que inclui a instalação de componentes mais potentes, a máquina ficará apta a colidir mais partículas subatómicas, a uma energia ligeiramente superior à atual, esperando os físicos aprofundar o conhecimento das propriedades do bosão de Higgs, partícula elementar descoberta em 2012 em experiências feitas com o acelerador.
Ao mesmo tempo que decorre a nova paragem técnica, continuam as obras de construção civil iniciadas em junho e que visam melhorar o desempenho do acelerador a partir de 2026, altura em que a máquina começará a produzir ainda mais colisões e mais dados, em modo de alta de luminosidade.
No acelerador, um túnel circular de 27 quilómetros, são geradas colisões de protões (que são hadrões) e iões pesados a altas energias para se compreender melhor a composição do Universo.
A máquina, que fez 10 anos em setembro, tem uma 'esperança de vida' até 2040. Em 2025, decisões terão de ser tomadas quanto à construção de um novo acelerador de partículas, para o qual foram desenhadas duas soluções.
Uma sugere um acelerador circular de 100 quilómetros (mais 73 quilómetros do que o perímetro do LHC) que poderá fazer colisões de protões a uma energia oito vezes mais elevada do que a do LHC e entre eletrões e positrões (antipartículas dos eletrões).
O segundo cenário aponta para a construção de um acelerador retilíneo com o comprimento inicial de 11 quilómetros (podendo chegar no final aos 50 quilómetros) para colidir eletrões e positrões.
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