O estudo pretendeu identificar a existência destes programas nas equipas, verificar se as ações do programa estão protocoladas ou formalmente definidas e caracterizar o tipo de atividades que são desenvolvidas: carta de condolências, visita ao domicílio, consulta, chamada telefónica, consulta de seguimento ou outra.
As conclusões do estudo apontam que “a grande maioria das equipas de cuidados paliativos se preocupa com o acompanhamento da família/cuidadores na fase de luto, e fá-lo até ao primeiro mês após a morte do doente”.
Do total 103 equipas de cuidados paliativos (públicos e privados) existentes a 31 de dezembro de 2017, 76 (73,7%) responderem ao inquérito do OPCP - Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da Universidade Católica.
A maioria (53) das equipas desenvolve um programa de acompanhamento no luto, mas 23 não o fazem, sendo “um número significativo”, refere o estudo.
Das que o referem ter programa de apoio ao luto, apenas 60,5% assumem ter um programa protocolado ou formalmente definido, enquanto 15 equipas (19,7%) não têm um protocolo formal e um número idêntico afirma ‘não sabe ou não se aplica’.
Das várias ações/atividades propostas pela maioria das recomendações e protocolos de atuação no acompanhamento e apoio ao luto, o estudo questionou as equipas sobre carta de condolências, visita ao domicílio, consulta, chamada telefónica e/ou consulta de follow-up, tendo algumas acrescentado outras ações como conferência familiar, consulta de grupo ou envio de SMS.
Segundo o estudo, os profissionais que mais se envolvem nestas atividades são os enfermeiros e os psicólogos, embora os outros profissionais como médicos, assistentes sociais e assistentes espirituais também participem, embora mais ocasionalmente.
Das equipas com programa de apoio no luto e protocolo formal, apenas seis (7,9%) realizam todas as atividades preconizadas.
A chamada telefónica é a mais frequentemente adotada (84,2%), seguida da consulta de seguimento (57,9%) e da consulta (psicologia) (56,6%). Cada equipa adota, em geral, duas a três destas modalidades.
As equipas que referem não ter programa de apoio no luto e sem protocolo formal, ainda assim praticam algumas atividades isoladas, como carta de condolências e/ou visitas.
O estudo revela ainda que mais de metade das equipas (69,7%) não tem um plano interno de prevenção de 'burnout' dos seus profissionais, mas têm um plano de formação contínua (68,4%).
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