Em comunicado, a ministra da Família e do Género, Marthe Kirima, afirmou que as crianças continuam a ser recrutadas como combatentes, espiões, mensageiros, cozinheiros e até usadas como escravas sexuais.
Embora 15.000 crianças tenham escapado das forças rebeldes, muitas estão traumatizadas e têm dificuldade em regressar à vida normal, acrescentou.
Hoje assinala-se o Dia Internacional Contra a Utilização de Crianças-Soldados, estimando o Conselho de Segurança da ONU que haja 300 mil crianças-soldados espalhadas por pelo menos 86 países.
A RCA, um país rico em minerais, mas considerado um dos mais pobres do mundo, atravessa um conflito desde 2013, quando os rebeldes Seleka, predominantemente muçulmanos, tomaram o poder e forçaram o então Presidente François Bozize a abandonar o cargo.
As milícias, maioritariamente cristãs, ripostaram, e o conflito atinge também a população civil.
As Nações Unidas, que têm uma missão de manutenção da paz no país (Minusca), estimam que os combates tenham matado milhares de pessoas e deslocado mais de um milhão, ou seja, um quinto da população.
Em 2019, foi alcançado um acordo de paz entre o Governo e 14 grupos armados, mas os combates continuam.
A ONU está a tentar evitar que as crianças se juntem a grupos armados e facilitar a reintegração na sociedade das crianças libertadas, para o que criou programas de formação para que se tornem mecânicos, pedreiros, carpinteiros ou para que assumam outras profissões.
A missão da Minusca é apoiar a comunidade internacional na reforma do setor de segurança do Estado, contribuindo para a segurança e estabilização do país.
Portugal integra a Minusca desde 2017, no que é o mais importante envolvimento nacional em operações de paz, segundo o Governo português.
Segundo a página na Internet do Ministério da Defesa português, Portugal mantém 225 efetivos militares e 45 meios, sendo o 7.º país europeu com mais “capacetes azuis”.
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