Darrois e Scott + Scott, os dois escritórios de advogados que lideram o processo, que descrevem como “sem precedentes”, destacam, num comunicado, que o objetivo é reparar “os enormes danos económicos sofridos pelos media, causados pelas práticas desleais da gigante americana”.

No processo, acusam a Meta de recolha “massiva e ilícita” de dados pessoais para obter informações que permitam à empresa criar anúncios direcionados com base nas preferências e gostos conhecidos dos utilizadores.

Tal é feito em “violação flagrante” do Regulamento Geral de Proteção de Dados da União Europeia (RGPD), uma vez que não informa estes indivíduos de que está a recolher as suas informações, nem solicita o seu consentimento.

Para os advogados que lideram esta iniciativa, com estes anúncios “ultrasseletivos”, a Meta conseguiu captar “a maior parte dos investimentos publicitários em detrimento dos media”.

A consequência, acrescentam, é que o Google e o Meta “monopolizam” 75% do mercado publicitário e 90% do seu crescimento e, no caso da empresa-mãe do Facebook, a publicidade representa 98% das suas receitas em todo o mundo.

Os órgãos de comunicação social, que se dizem “fortemente penalizados” por estas práticas, alertam que “não se calarão perante os abusos dos gigantes digitais” e pretendem “defender os seus modelos, os seus empregos e a sua missão de interesse público”, apresentando uma queixa ao Tribunal de Atividades Económicas de Paris.