A região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), em abril, era a mais afetada pela falta desta especialidade. Nesse mês, das 865.734 pessoas sem médico de família atribuído, praticamente 620 mil viviam na LVT. O número corresponde a 16,4% do total de utentes. A notícia é avançada esta quarta-feira pelo Público.
O jornal recolheu e analisou os dados disponíveis no site BI-CSP "(Bilhete de Identidade dos Cuidados de Saúde Primários)" do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e indica que 8,4% dos inscritos no SNS não tinham médico assistente atribuído. No entanto, o número representa uma melhoria face a setembro de 2020, altura que foi ultrapassada a barreira de um milhão de pessoas — algo que não acontecia desde 2016.
Por regiões, no Norte, só 2,5% não tinham médico de família e no Centro a cobertura era mais elevada (4,8% do total). Já no Algarve a situação apresentou sinais positivos nos últimos meses (6,8%), ao passo que no Alentejo a percentagem descia ligeiramente (6,3%).
A falta destes especialistas clínicos explicam-se não só pelas vagas que ficam por preencher quando abrem concursos públicos como pelo facto de muitos médicos de família mais velhos estarem a entrar na reforma.
"Estamos em anos de picos de reformas", enaltece o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, Nuno Jacinto, ao Público, que enfatiza que é necessário garantir que estes profissionais, quando acabam o internato desta especialidade, fiquem no SNS.
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