Maher Ghafari, representante da Unicef na região, adiantou que desde o primeiro dia após o desastre, a Unicef está a cuidar das necessidades de água e saneamento e enviou camiões-cisterna para áreas onde o fornecimento de água foi interrompido.
Na Turquia, dos cerca de 15 milhões atingidos pelos terremotos existem mais de 214 mil mulheres grávidas, revelou o Fundo das Nações Unidas para a População (Unfpa), citado pelo portal ONU News.
Deste número de mulheres grávidas, quase 24 mil devem dar à luz em março, acrescentou, lembrando que “as futuras mães precisam de apoio com cuidados obstétricos de emergência e cesarianas e assistência pré e pós-natal.
“Com suprimentos médicos esgotados e centenas de centros de saúde, maternidades e espaços danificados, formou-se uma corrida contra o tempo para salvar vidas”, destaca o portal.
O Unfpa está nas áreas afetadas na Turquia e na Síria para restabelecer serviços críticos e proteção de milhões de mulheres e meninas vulneráveis que precisam urgentemente de cuidados.
Já na Síria, hospitais, centros de saúde e espaços seguros em Alepo, Lattakia e Hama estão a receber kits de dignidade e maternidade para mulheres grávidas e aquelas com partos recentes.
“São milhares de cobertores e casacos, enquanto mais de 20 equipas móveis com ginecologista, parteira e assistente psicossocial atendem a mulheres e meninas nas três áreas mais impactadas na província de Alepo”, frisou o portal da ONU.
Outra preocupação é evitar a violência de género numa situação de caos.
Os sismos que devastaram há uma semana o sul da Turquia e o noroeste da Síria causaram pelo menos 40.943 mortes, segundo o mais recente balanço da Organização Mundial de Saúde (OMS) hoje divulgado.
Os dados avançados pelo diretor do Departamento Regional de Emergências da OMS, Rick Brennan, indicam que os terramotos de magnitude, primeiro, de 7,8, e, depois, de 7,5, na escala aberta de Richter, provocaram 31.643 mortos na Turquia e cerca de 9.300 na Síria.
Na Síria, as consequências dos terremotos somam-se à situação humanitária que grande parte da sua população já vivia como resultado da guerra civil.
O diretor regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Mediterrâneo Oriental, Ahmed Al Mandhari, realçou o risco de desnutrição causada pela tragédia, após uma visita a Alepo.
Em declarações à ONU News, Al Mandhari frisou que “quase metade das instalações de saúde não estão a funcionar e vários hospitais tiveram equipamentos destruídos”, numa região com a sua estrutura de saúde já impactada devido à guerra civil.
De acordo com Al Mandhari, cerca de 25 milhões de pessoas foram afetadas pelo terremoto em toda a Síria e, em Alepo, pode haver mais de 200 mil desalojados.
Este responsável da OMS contou ainda que viu uma família de 16 membros a morar numa tenda.
A Síria enfrenta também uma crise de combustível que afeta não só a sociedade, mas também hospitais, que estão sem sistema de aquecimento, e muitos sem eletricidade, vincou.
Para o diretor regional da OMS para o Mediterrâneo Oriental, outro desafio é a maior propagação de doenças transmitidas pela água e alimentos, lembrando o surto de cólera do ano passado por causa da água contaminada e a possível transmissão de hepatite.
Al Mandhari também mencionou o risco de transmissão de doenças em abrigos lotados, citando um surto de piolhos.
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