Num curto comunicado, a Academia Sueca revelou que Sara Stridsberg pediu na sexta-feira para “renunciar às suas obrigações enquanto membro” da instituição para a qual foi eleita em 2016.
Sara Stridsberg junta-se assim a outros sete membros da Academia Sueca que também saíram da instituição na sequência de um escândalo de abusos sexuais e fugas de informação.
O escândalo rebentou em novembro quando o jornal Dagens Nyheter publicou a denúncia anónima de 18 mulheres, sobre abusos e agressões sexuais, contra o dramaturgo Jean-Claude Arnault, ligado à academia através do seu clube literário e marido de um dos seus membros, Katarina Frostenson.
A academia cortou todas as ligações a Arnault e encomendou uma auditoria independente sobre as suas relações com a instituição, mas divergências internas quanto às medidas a adotar desencadearam demissões, acusações e saídas de vários membros, entre os quais a secretária permanente em exercício, Sara Danius, e Katarina Frostenson.
Até agora, as renúncias são simbólicas, porque a pertença à academia é vitalícia e só são eleitos novos membros quando vaga alguma cadeira por morte do respetivo ocupante.
No passado dia 25, o presidente da Fundação Nobel, Carl-Henrik Heldin, admitiu à televisão pública sueca SVT que a Academia Sueca poderia não atribuir este ano o prémio Nobel da Literatura.
O Nobel da Literatura, atualmente no valor de nove milhões de coroas suecas (863.000 euros) foi, tal como os das restantes categorias, sete vezes não atribuído durante as guerras mundiais do século passado — em 1914 e 1918, em 1935, e depois em 1940, 1941, 1942 e 1943 – mas nunca por outros motivos.
A Academia Sueca foi fundada em 1786 pelo rei Gustavo III e atribuiu pela primeira vez o Nobel da Literatura em 1901, ao poeta francês Sully Prudhomme.
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