Com música palestiniana a ecoar de colunas, gritos de “Free Palestine” e cartazes onde se lia “Palestina Free” ou “End The Siege on Gaza”, Ana Paula Cruz, do Coletivo pela Libertação da Palestina (CLP), disse à Lusa que a manifestação de hoje no Porto serve para demonstrar a “opressão colonial do Estado de Israel” e também para relembrar que neste momento está a haver um “massacre na tentativa de limpeza étnica a acontecer em Gaza”.
“Enquanto os nossos representantes políticos têm bandeiras de Israel, iluminam fachadas de azul, são banidas manifestações pró-Palestina por toda a Europa e o genocídio continua por condenar”, lamentou a ativista Ana Paula Cruz.
A ativista afirma que hoje o Coletivo pela Libertação da Palestina (CLP) — movimento criado em maio e que conta com várias dezenas de associados, entre eles alguns palestinianos a viver em Portugal — para mostrar a sua solidariedade com o povo palestiniano, e para “exprimir a sua revolta” num espaço público onde tornam pública essa revolta.
Ana Paula Cruz critica os representantes políticos da União Europeia por estarem a apoiar “muito mal este conflito” e por não estarem a “condenar o genocídio a acontecer neste momento em Gaza e na Cisjordânia”.
“É necessário parar de apoiar um Estado colonial que é o Estado Israelita. Diferentes líderes europeus têm publicamente vindo mostrar a sua solidariedade com o povo Israelita e prestar as suas condolências às vítimas do lado Israel e dizer e relembrar que estão com Israel e que defendem o direito de Israel a se defender a não à palavras em relação às vítimas palestinianas”, declara a ativista.
“Não há uma palavra dita sobre o direito das pessoas palestinianas a resistir e o direito que elas têm ser vítimas do genocídio”, disse, reiterando que está a acontecer neste momento “uma limpeza étnica”.
Ana Paula Cruz recordou ainda que esta sexta-feira o Estado de Israel deu 24 horas às Nações Unidas para retirarem milhares de pessoas da Faixa de Gaza, e que enquanto estas pessoas saíam foram bombardeadas.
“Estamos a falar de crimes contra a humanidade e de e de claras violações do direito Internacional”, concluiu, em declarações à Lusa.
O Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, tinha recusado a retirada da população exigida por Israel, que ordenou a deslocação para o sul do enclave, medida que poderá indiciar uma ofensiva terrestre contra o território palestiniano.
A Faixa de Gaza, um enclave pobre e pequeno, com 2,3 milhões de habitantes, há vários anos sob um bloqueio terrestre, está agora sob cerco, com o abastecimento de água, eletricidade e alimentos cortado por Israel.
O grupo islamita Hamas lançou há uma semana um ataque surpresa contra Israel com milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.
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