No encerramento do 8.º Encontro Anual do Conselho da Diáspora Portuguesa, que decorreu no Palácio da Cidadela, em Cascais, Marcelo Rebelo de Sousa fez uma intervenção de cerca de 40 minutos, em que fez um balanço sobre a situação mundial, da Europa e de Portugal, referindo-se, no caso português, também à gestão da pandemia de covid-19.
“Quanto à pandemia, penso que a resposta que tem sido dado ao longo dos anos de 2020 e 2021 é a correta - tanto quanto é possível ir acompanhando flutuações e imprevisibilidades - que é o de fazer uma leitura que ao mesmo tempo previna, antecipe, mas não entre em alarmismos injustificados, este equilíbrio é difícil de fazer”, afirmou.
Na vertente da antecipação, o chefe de Estado destacou a vacinação, e salientou que “Portugal percebeu, comparado com vários países europeus, que devia antecipar várias fases” e apontou como exemplo a terceira fase, atualmente em curso.
“O caso sintomático é esta toma de reforço, vemos governantes de países importantes, nossos aliados na Europa, a anunciar para janeiro o arranque do que já está em curso em Portugal, passando de grupos críticos para outros que o não são, há semanas para não dizer quase dois meses”, salientou.
Marcelo Rebelo de Sousa salientou “o apoio fundamental das Forças Armadas” e dos profissionais de saúde e dos cientistas no combate à pandemia, mas sempre com a primazia para o poder político.
“Encontrou protagonistas impressivos para protagonizar um momento importante, sem que o poder político deixasse de tornar claro que caberia ao poder político a última palavra nestas matérias”, afirmou.
O chefe de Estado voltou a destacar em Portugal a “solidariedade institucional” entre os vários órgãos de soberania e a “maioria parlamentar esmagadora” que foi possível encontrar durante os estados de emergência de 2020 e 2021, e a “originalidade” das reuniões dos decisores políticos com os especialistas, depois até transmitidas em direto.
“Estamos a viver hoje um período que é diferente e de gestão sensível”, afirmou, contudo.
Para o Presidente da República, se é fundamental continuar a “reforçar a vacinação”, também é importante explicar que “a letalidade e da pressão sobre as estruturas de saúde” é hoje muito diferente do que foi há um ano em Portugal.
Citando os números da DGS de quarta-feira, Marcelo Rebelo de Sousa apontou que há um ano havia “três vezes mais internamentos, 3,5 vezes mais internamentos em cuidados intensivos e sete vezes mais mortes”.
Por outro lado, defendeu, “a humanidade tem de se preparar para novas pandemias como esta”.
“Não se pode parar a economia, a sociedade e a política de cada vez que houver a emergência por grave que seja (…) Em democracia, significa que se tem de criar, do ponto de vista da mentalidade e da resposta jurídico-constitucional, um quadro que permita acomodar o que vai ser inevitável no futuro”, defendeu.
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