“Quer dizer, cantamos nós o hino nacional a dizer ‘às armas, às armas, lutar, contra os canhões e tal’, e pelas votações, pelas eleições, pela participação, não nos mobilizamos? É pegar numa oportunidade e deitá-la fora pela janela. É imperdoável”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa, durante um encontro com elementos da comunidade portuguesa, no Luxemburgo.
Ladeado por António Costa e pelo primeiro-ministro luxemburguês, Xavier Bettel, o Presidente da República acrescentou que “os ausentes nunca têm razão”.
“Eu quando perguntei como é que estamos de votação, disseram-me que estavam recenseados, até ao final de janeiro, 4.600 portugueses. Estamos a brincar, como é que é possível? Somos o dobro dos franceses”, completou o chefe de Estado português.
O Presidente da República acompanhou com um tom jocoso uma mensagem revestida de seriedade e que foi exacerbada pelo primeiro-ministro. António Costa advertiu que a participação nas eleições autárquicas do Luxemburgo “não diminuiu em nada a portugalidade”.
E recordou a altura em que foi autarca para explicar a importância do poder local: “Eu fui presidente de câmara [em Lisboa], Xavier Bettel foi presidente de câmara, e é o vínculo mais próximo e a instância de poder mais próxima do cidadão. Aquela onde os cidadãos se dirigem mais diretamente quando têm um problema, ou porque a lâmpada não funciona e há um buraco na calçada… Bem, no Luxemburgo não há calçada, portanto não há buracos.”
As eleições autárquicas no Luxemburgo realizam-se no dia 11 de junho. Os eleitores têm até às 17:00 de 17 de abril para fazer a inscrição para conseguirem participar no sufrágio.
Luxemburgo é o país com a maior comunidade portuguesa no estrangeiro em proporção, representando 14,5% da população total e perto de um terço da população estrangeira.
De acordo com os dados estatísticos mais recentes, no final de 2022, residiam no Grão-Ducado cerca de 100 mil portugueses (incluindo 17 mil com dupla nacionalidade).
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