O primeiro a falar foi Marcelo Rebelo de Sousa que referiu que a primeira palavra era para "as portuguesas e os portugueses, as populações atingidas, de agradecimento e de solidariedade".

Agradeceu também pela forma como se reagiu a "uma situação repentina" e mostrou solidariedade pela forma como se lidou com os danos "patrimoniais e pessoais".

Lamentou também as mortes a registar e os feridos, a maioria deles bombeiros, a quem deixou "agradecimento pela forma como reagiram".

O chefe de Estado confirmou que falou com vários dos autarcas que acompanham a situação, de quem ouviu palavras de susto pelos danos patrimoniais, pessoais "e nalguns casos" de vítimas mortais.

Destacou ainda que tem estado em contacto “em permanência” com o primeiro-ministro, Luís Montenegro, relativamente às “ocorrências”, bem como com os dirigentes da Proteção Civil, e disse a quem teve "a responsabilidade da resposta", ou seja, aos operacionais envolvidos que fizeram "um esforço imenso".

"Aquilo que parecia que estava a ter uma evolução positiva num momento agravava-se no momento seguinte", lamentou, e destacou a "capacidade que foi reforçada pelo sistema de alerta declarado e que mostrou um equilíbrio muito grande entre fogos que ainda não estão resolvidos e fogos que exigem um empenhamento mais massivo".

O agradecimento à Europa

O chefe de Estado não deixou de agradecer à União Europeia pela "forma como respondeu à solicitação do Governo português", mas também "aos governos dos países que imediatamente disponibilizaram meios aéreos", que estarão operacionais mais intensamente a partir de amanhã e dos próximos dias.

Disse ainda ser "fundamental" realçar que se aprendeu a "dar uma resposta com todos os apoios necessários, se necessário, internacionais". "É um grande esforço e eu queria dizer que estou a acompanhar aquilo que vi que era a decisão do primeiro-ministro de cancelar hoje e amanhã o seu programa para continuar a concentrar-se no que se passa", acrescentou.

Anunciou também que vai cancelar uma deslocação que iria fazer a Espanha, depois de amanhã, "por entender que há uma preocupação que está em curso".

Primeiro-ministro prolonga alerta por mais 48 horas e cria equipa multidisciplinar em Aveiro

Passando a palavra ao primeiro-ministro este começou por lembrar as "chamas avassaladoras", e o cenário de difícil combate.

Anunciou também que o Governo decidiu prolongar o estado de alerta por mais 48 horas, até às 23h59 de quinta-feira.

Do ponto de vista do apoio às populações, "está criada uma equipa multidisciplinar no Governo", coordenada pelo ministro Adjunto e da Coesão Territorial, que se vai instalar amanhã de manhã no concelho de Aveiro e que "já está a programar e agendar reuniões", integrando elementos do Ministério das Infraestruturas e Habitação, da Saúde, da Educação, da Agricultura e Pescas, representados por secretários de Estado para tratar do apoio "mais urgente" e daquele que "possa ser necessário para reconstruir aquilo que hoje nos foi levado", nomeadamente o funcionamento das escolas e das unidades de saúde, informou.

Destacou ainda que "serão horas difíceis nos próximos dias. Temos de nos preparar para isso e temos de nos juntar para isso. A palavra final que deixo é de que tenho a certeza absoluta que os portugueses e as portuguesas estarão juntos para combatermos este inimigo comum que é o fogo", disse. “Todo o medo envolto devido a chamas que são avassaladoras só é conhecido por quem passa por estas circunstâncias”, salientou.

“Em nome do Governo, reitero uma palavra de solidariedade a todas as vítimas e a todos os afetados por estes incêndios”, afirmou Luís Montenegro e deixou uma mensagem de força às “famílias enlutadas pela perda da vida” das três vítimas mortais.

Apelou igualmente a que "todos cumpram as instruções". "Às vezes, colidem com a vontade e os ímpetos mais diretos das pessoas, mas é para o bem delas e de todos os outros".

O primeiro-ministro revelou, também, que o Governo está "em contacto" com Marrocos desde a manhã desta segunda-feira. "Tudo aquilo que podemos fazer para reforçar os meios, nomeadamente aéreos, estamos a fazer. A resposta também depende muito das disponibilidades de cada país", reforçou.

Assegura ainda que se aprendeu "com erros de outros anos" e está a fazer-se "tudo para não reincidir neles", porém lamenta que "nunca conseguimos estar em todos os locais do território e evitar que estas coisas aconteçam, seja lá por que via é que elas acontecem", concluiu.

Deixou ainda uma palavra ao espírito de solidariedade à Comissão Europeia pelo processo célere, bem como a Espanha, França, Itália e Grécia que enviam, amanhã, meios aéreos para auxiliar no combate aos incêndios.