Marcelo Rebelo de Sousa deixou estas mensagens na cerimónia comemorativa do centenário do Museu João de Deus, em Lisboa, na qual estiveram Duarte Pio de Bragança, representante da antiga família real portuguesa, e as deputadas Margarida Mano, do PSD, e Ana Rita Bessa, do CDS-PP, que integram a Comissão de Educação da Assembleia da República.
No final desta cerimónia, o chefe de Estado atribuiu o título de membro honorário da Ordem da Instrução Pública à Associação de Jardins Escola João de Deus, considerando "uma gravíssima lacuna" que ainda não tivesse sido condecorada pelo Estado português nestes "135 anos de serviço a Portugal e aos portugueses", em que conviveu com vários reis e presidentes da República.
Logo no início da sua intervenção, o Presidente da República salientou a presença de Duarte Pio, referindo que a Associação de Jardins Escola João de Deus "nasceu em plena monarquia", em 1882, embora tenha tido "vários dos seus entusiastas como militantes republicanos de primeira hora".
Neste contexto, Marcelo Rebelo de Sousa prestou "o cumprimento e a homenagem àquilo que foi o contributo da monarquia ao longo de séculos para a história do país e, no caso vertente, no final do século XIX, assinalando o nascimento da Associação de Jardins Escola João de Deus".
Depois, assinalou a presença das deputadas Margarida Mano e Ana Rita Bessa, dizendo tratar-se de um sinal de que "o Estado português - não é apenas o Presidente da República, é também a Assembleia da República - reconhece, valoriza e apoia o papel de instituições como esta, daquilo a que se chama muitas vezes setor social no domínio da educação".
"O setor social tem desempenhado uma função insubstituível", defendeu.
Mais tarde, o Presidente da República participou na sessão de abertura do ano letivo do Instituto de Estudos Académicos Adriano Moreira, no Salão Nobre da Academia das Ciências de Lisboa, onde condecorou o antigo ministro e presidente do CDS.
Marcelo Rebelo de Sousa elogiou a vida, a obra e o pensamento de Adriano Moreira "como jurista, como político, como académico, como presença nos areópagos internacionais, como protagonista na vida nacional", considerando que o caracterizam uma "visão universal e abertura precursora".
O chefe de Estado atribuiu-lhe, nesta ocasião, a grã-cruz da Ordem do Infante D. Henrique, que no seu entender era a condecoração "que lhe faltava, mas, sobretudo, que faltava a Portugal entregar-lhe".
Adriano Moreira já tinha recebido os títulos de comendador da Ordem de Cristo, em 1957, grande-oficial da Ordem do Infante D. Henrique, em 1961, grã-cruz da Ordem de Cristo, em 1962, e após o 25 de Abril, a grã-cruz da Ordem de Sant'iago da Espada, em 1992.
A Ordem do Infante D. Henrique distingue quem tenha "prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro, assim como serviços na expansão da cultura portuguesa ou para conhecimento de Portugal, da sua história e dos seus valores".
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