Jean-Claude Juncker “foi inspirador, recordou aos deputados europeus a importância da Europa e dos valores que a fundam, numa União Europeia que há mais de 60 anos protege os cidadãos europeus, tendo-lhes proporcionado não só a paz, como também os mais elevados padrões de qualidade de vida e de proteção social”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa numa nota publicada no “site” da Presidência da República.
Depois de destacar, no discurso do presidente da comissão, a importância dada à Democracia, ao Estado de Direito, ao primado da lei e a importância fundamental da liberdade de imprensa, o Presidente português assinalou também as relações com África, dado que Juncker defendeu uma nova parceria entre os dois continentes.
“De assinalar o reforço da parceria com África, para a criação de empregos e de bem-estar, que permita ajudar os nossos irmãos africanos a terem nos seus países dignas condições de vida”, assinalou Marcelo Rebelo de Sousa na sua mensagem.
O Presidente da República sublinhou, igualmente, os “inúmeros novos desafios e ameaças” na Europa, “como as ameaças nacionalistas, os exageros da globalização, a imigração ilegal e os ataques ao multilateralismo”.
O chefe de Estado elogiou ainda o “especial destaque” dado no discurso à “necessidade de tomar com celeridade certas decisões, como é o caso das perspetivas financeiras para os próximos cinco anos e o reforço da FRONTEX”, a agência europeia de controlo de fronteiras.
Este foi o último discurso sobre o estado da União de Jean-Claude Juncker no Parlamento Europeu, dado que termina o seu mandato como presidente da Comissão em 2019, após as eleições europeias.
No seu discurso sobre o Estado da União, no Parlamento Europeu, em Estrasburgo, o presidente da Comissão Europeia anunciou hoje uma proposta para uma nova “Aliança África-Europa”, que “aumente substancialmente” o investimento no continente africano e fomente emprego e trocas comerciais.
“África não necessita de caridade, precisa de uma verdadeira parceria equilibrada e nós, europeus, também precisamos dessa parceria. Ao preparar este discurso, falei com os meus amigos africanos, designadamente com o presidente da União Africana, Paul Kagame, e concordamos que os nossos compromissos devem ser recíprocos. Nós queremos construir uma nova parceria com África”, declarou.
Juncker alertou ainda que a Europa não pode permanecer silenciosa perante a “iminência de um desastre humanitário anunciado” em Idlib, na Síria.
O presidente da Comissão sustentou também que “o mundo de hoje precisa de uma Europa forte e unida, uma Europa que trabalhe em prol da paz, de acordos comerciais e de relações monetárias estáveis, mesmo que outros estejam muito inclinados a escolher as guerras comerciais e monetárias”, numa mensagem implicitamente dirigida aos Estados Unidos.
(Notícia atualizada às 12:24)
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