Esta afirmação foi feita na abertura do 4.o Fórum Económico Portugal - Países Árabes, num hotel de Lisboa, e foi recebida com aplausos.
Numa intervenção de quinze minutos, Marcelo Rebelo de Sousa apelou a um reforço das relações económicas com os países árabes, e em especial, da presença árabe "no domínio das comunicações, dos transportes, das telecomunicações" em Portugal.
No final do seu discurso, o chefe de Estado falou da forma como os portugueses se comportam no exercício de cargos internacionais, considerando que não têm "anticorpos na comunidade internacional" porque têm "lidado com todos os povos com abertura, com frontalidade, com disponibilidade, com visão aberta, ecuménica".
"Não nos queremos impor. Respeitamos sempre as outras culturas e civilizações. E por isso temos encontrado tantos portugueses em posições internacionais importantes. E por isso sabe, por exemplo, o mundo árabe, que um português colocado numa posição importante numa organização internacional é também um embaixador seu, é também um embaixador do mundo árabe", acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa apresentou-se como um Presidente atento ao mundo árabe, salientando que um dos primeiros países que visitou neste início de mandato foi o Reino de Marrocos e que em breve vai receber em Portugal o Presidente do Egito.
Estas opções "não são fruto do acaso, são resultado de opções públicas", disse.
Neste discurso, o Presidente da República definiu Portugal como um país que escapa à xenofobia existente na Europa, uma "plataforma entre culturas", historicamente próximo dos árabes. "Não há uma diferença entre nós e vós", declarou.
"Nós, portugueses, não ignoramos as nossas raízes", reforçou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, é preciso agora projetar essa proximidade no plano económico.
"Nós temos já a presença árabe na energia em Portugal. Temos caminho aberto para a presença do mundo árabe no setor financeiro", referiu, acrescentando: "É muito importante ir mais longe no domínio das comunicações, dos transportes, das telecomunicações, como no comércio em geral, como na indústria".
O Presidente da República argumentou que "este momento é único" e tem de ser aproveitado.
"Se deixarmos passar este momento, e porque não há vazio em economia como não há em política, esse vazio será preenchido por outros", advertiu, "que virão da Ásia, e tomarão posições crescentemente importantes na economia portuguesa, que virão das Américas, que virão porventura de outras áreas da Europa".
Nesta conferência, o chefe de Estado ouviu e retribuiu elogios do antigo ministro Ângelo Correia, que preside ao conselho de administração da Câmara de Comércio e Indústria Árabe-Portuguesa.
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