A justiça francesa ordenou hoje que o processo fosse encaminhado para julgamento, que está agendado para o outono de 2024 em Paris, poucos meses depois das eleições europeias.
“Esta decisão, infelizmente, não é uma surpresa”, afirmou o advogado de Marine Le Pen, Rodolphe Bosselut.
O pai da líder de extrema-direita, Jean-Marie Le Pen, cofundador da Frente Nacional (FN) que deu origem à União Nacional, também estará no banco dos réus.
No dia 17 de abril de 2022, foi anunciado que Marine Le Pen e pessoas próximas dela foram acusadas de ter desviado cerca de 600.000 euros de dinheiro público europeu durante os respetivos mandatos como eurodeputados.
A acusação provém do Organismo Europeu de Luta Antifraude (OLAF), segundo um novo relatório divulgado pelo portal de informação francês Mediapart.
O novo relatório do OLAF, do qual o Mediapart publicou excertos, diz respeito a ajudas que os grupos políticos podem utilizar no âmbito do seu mandato de deputados europeus e que Marine Le Pen e pessoas próximas dela terão utilizado para fins políticos nacionais, despesas pessoais e subsídios a empresas próximas do seu partido, então chamado Frente Nacional e do grupo parlamentar de extrema-direita Europa das Nações e das Liberdades (ENL).
O OLAF implica Marine Le Pen, outros três ex-eurodeputados franceses — o seu pai, Jean-Marie Le Pen, o seu antigo companheiro, Louis Aliot, e Bruno Gollnisch, membro do secretariado nacional da FN — e o ENL.
O organismo acusa-os de terem desviado cerca de 600 mil euros, cujo reembolso pretende que seja feito. Segundo o relatório, a candidata da Frente Nacional terá pessoalmente desviado cerca de 137 mil euros de dinheiro público do Parlamento de Estrasburgo quando foi eurodeputada, entre 2004 e 2017.
Desde junho de 2017, Marine Le Pen é também perseguida judicialmente no âmbito do inquérito em curso em Paris sobre suspeitas de criar empregos fictícios no Parlamento Europeu para assistentes do partido.
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