A apresentação foi feita no auditório da Misericórdia local, em Fafe, com o nome do pai do candidato, António Marques Mendes, fundador do PSD no distrito e ex-deputado na Assembleia da República e no Parlamento Europeu. No final houve espaço para perguntas dos jornalistas. Marques Mendes foi apresentado pelo autarca de socialista da cidade Antero Barbosa.

A apresentação pode ser vista aqui.

"Ao longo de uma vida, todos temos sempre momentos especiais", começou por dizer Marques Mendes, em Fafe, esta quinta-feira.

"Este é sobretudo um momento de retribuir ao meu país", sublinhou o candidato numa sala cheia de familiares e amigos. Agradeceu também a receção "magnífica" naquela que é a sua terra onde mantém uma ligação ao setor social e onde a família sempre esteve presente.

Fefe é também especial para Marques Mendes porque foi ali que iniciou a vida política nas primeiras eleições autárquicas do "Portugal democrático", com apenas 28 anos.

O discurso avança depois para a memória das diferentes pastas ocupadas por Marques Mendes. "Estive em quatro governos durante quase 13 anos", refere. "Com este percurso tive oportunidade de adquirir uma vasta experiência, conheço bem o país, o poder local e o poder central e conheço o cargo de Presidente da República".

"O cargo de Presidente da República é um cargo eminentemente político. Assim sendo, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não existe uma Presidência sem política", afirmou ainda e considerou que nas presidenciais de janeiro de 2026 "a questão é que tipo de política deve guiar a Presidência".

"Tempo que vivemos não recomenda política sem experiência. Não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro", acrescentou ainda admitindo que a "decisão final é dos portugueses", mas considera que "pode vir a ser útil ao país".

O candidato quer também que esta seja uma candidatura de "esperança", em especial para os jovens. "Jovens bem preparados não podem bater no muro de uma sociedade que não os valoriza com um salário justo e competitivo", aponta.

Assume igualmente o desafio da ambição: "Portugal não é na União Europeia um país pequeno, muito menos um país irrelevante", sublinha.

A segurança em especial em torno do Estado Social será também uma prioridade com o "equilibro" em mente.

Sublinhou também que ser o presidente de "todos os portugueses" e que entregou o cartão de militante do PSP para "reafirmar o compromisso com uma magistratura de isenção".

"Hoje entreguei o meu cartão de militante do PSD. Para, num ato simbólico, reafirmar o meu compromisso com uma magistratura de isenção, independência e imparcialidade", referiu.

Promete ainda manter um compromisso com a ética, como diz já ter feito no passado afastando autarcas do seu partido como líder do PSD. "A ética não é menos importante que o rigor financeiro", destaca.

Em terceiro lugar, anuncia o compromisso com a "estabilidade": "O presidente tem de ser construtor de pontes", refere. "Não podemos passar o tempo em dissoluções e eleições antecipadas", diz ainda. "Isso não é modo de vida", aponta.

Em quarto lugar assume ainda um compromisso com "causas" em que pretende intervir, nomeadamente o combate à pobreza, em especial a pobreza empregada. "Estas pessoas têm que ter voz. Trabalho digno deve dar lugar a uma vida digna". Outra causa será defender a justiça e o apoio à imigração regulada, bem como a natalidade, a violência doméstica e as forças de segurança. Em suma, "precisamos de ambição", resumiu.

"O Presidente da República tem de ser inspirador e gerador de esperança em Portugal. Isto faz-se no dia-a-dia e em mensagens seletivas à Assembleia da República", acrescentou.

Em quinto lugar, quer fazer pontes na Europa e no mundo:"Acredito e luto por uma Europa mais integrada".

Por último, assume um compromisso enquanto Comandante das Forças Armadas. "Não somos um país belicista, mas pela paz".

Por fim, destacou que está aqui "ao lado dos portugueses, para os ouvir e para ser a sua voz". "Portugal vale a pena, Portugal vale sempre a pena", terminou e ouviu o hino nacional ao lado da mulher Sofia Marques Mendes.

Antes do discurso de Marques Mendes, Antero Barbosa, sublinhou ser uma "honra ter um cidadão de Fafe a assumir uma candidatura à Presidência da República", sobretudo uma "personalidade de grande relevo na vida política do nosso país".

"Um relevo conquistado com inteligência, com conhecimento, com trabalho e com dedicação nas diversas missões políticas que assumiu ao longo dos tempos", apontou.

Disse ainda, que Marques Mendes deu "mostras ao longo da sua vida de um profundo amor por Portugal, pela liberdade e pela Democracia".

Recorde-se que Luís Marques Mendes, de 67 anos, é militante do PSD desde os 16 anos e já foi deputado, secretário de Estado, ministro e líder dos sociais-democratas entre 2005 e 2007.

Atualmente, é conselheiro de Estado escolhido pelo atual Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e comentador televisivo na SIC, no “Jornal da Noite”, desde 2013, espaço do qual fará a sua despedida já este domingo. Aos quase 12 anos de comentariado nesta estação soma três na TVI 24 (hoje CNN Portugal). Uma experiência semelhante à que tinha Marcelo Rebelo de Sousa quando se candidatou pela primeira vez a Belém, em outubro de 2015.

Luís Marques Mendes nasceu em Azurém, uma freguesia do concelho de Guimarães (distrito de Braga), em 5 de setembro de 1957, mas viveu boa parte da sua vida em Fafe.